Um mini mundo de sonhos no Gramado real

Os sonhos de uma família de imigrantes alemães que viajaram ao Brasil em 1952 fizeram nascer o Hotel Ritta Höppner, em 1958, e o parque em miniatura Mini Mundo, que nasceu mais tarde, como um presente de Seu Otto para seus dois netos, Adriana e Guilherme. Ele e o filho Heino começaram como uma brincadeira, fazendo uma casinha de bonecas para a Adriana e a primeira estação ferroviária para Guilherme. Aos poucos, formou-se uma cidade inteira, de brinquedo, ao ar livre, tudo 24 vezes menor que o original. Hoje, já na quarta geração, a família segue construindo e mantendo esta obra de amor, que continua a despertar a criança que permanece sempre dentro de todos. Jussara Hoppner, diretora do hotel Ritta Höppner e do parque Mini Mundo, explica as características do parque ao Caribbean News Digital.
Quantas edificações tem o parque?
-São 189 construções, sendo 90% réplicas de prédios de importância histórica ou turística de alguma parte do mundo.
A criação do hotel foi anterior ao parque?
-Foi, inclusive quando o parque foi construído para os nossos filhos, já se projetou em um tamanho maior para que no futuro ficasse para o aproveitamento dos hóspedes do hotel, que foi construído em 1958.
Qual a escala das edificações?
-Toda a escala do parque, desde as árvores até os 2.268 minihabitantes, tem uma escala de 1:24, o que significa que tudo aqui dentro está 24 vezes mais pequeno que na realidade.
Qual foi a última edificação construída?
-A última edificação foi o barco Capitão São Diego e a mais nova, que será colocada até o final do ano, é o museu de Ipiranga que, com os jardins, ocupará uma área de 12O m2.
Qual a tarifa do ingresso ao parque?
-Dezesseis reais para adultos e oito para pessoas na melhor idade, acima de 60 anos, e para crianças abaixo de 1,20 metro.
Há outros parques semelhantes no Brasil?
-Não, mas no mundo há vários. Nós inclusive pertencemos a uma associação – a IAMP – que reúne 17 parques em miniatura e todos obedecem a essa mesma escala. Há um no Canadá, na ilha Vitória; há outro próximo a Munique; outro na Dinamarca; em Oxford, na Inglaterra; no Mini Mundus da Áustria há duas edificações brasileiras: a Catedral de Brasília e o Museu Imperial de Petrópolis; e recentemente também foi inaugurado um nos Estados Unidos.
Qual a edificação de que mais gosta aqui no parque?
-Acredito que a mais mágica e que também é o marco do parque é o castelo de Neuschwanstein, construído pelo rei Ludovico II. Uma curiosidade desse castelo é que tem 508 janelas, e foi inspiração para Wald Disney na construção de seu sonho.
Qual tem sido o investimento total no parque até agora?
-É melhor não pensar nisso. Quando acabamos a construção do castelo e somamos algumas despesas referentes à sua construção e ambientação, o custo ultrapassou o de um Mercedes último modelo 0 km, e aí paramos de fazer as contas. Se calcularmos o custo de cada obra, item por item, com certeza vamos parar de construir...
Quem constrói o parque?
-Hoje temos uma oficina montada com equipamentos muito modernos e eficientes, que nos permitem uma maior perfeição de detalhes. Com a ajuda de computadores conseguimos também um detalhamento de seis milímetros de relevo ou de profundidade e com isso reproduzimos os mesmos detalhes dos originais nas miniaturas.
Tem alguma contribuição do Ministério do Turismo do Brasil?
-Nada. Pagamos todos os impostos e inclusive mais do que outras atividades turísticas que pagam normalmente 3% de imposto municipal, enquanto o Mini Mundo paga 5%.
Por quê?
-Não sei. Isso nos deixa um pouco desapontados porque é uma obra com muita dedicação, com muito custo... mas nos falta ainda essa valorização do setor público.
Quantas pessoas visitam o parque por ano?
-Aproximadamente oito mil pessoas por mês, em média. Em alguns meses muito mais e em outros muito menos.
Qual a nacionalidade dos visitantes?
-Principalmente brasileiros porque o turismo no Brasil é caro e a maior parte do turismo é doméstico.
Todos pensam que é um parque infantil, mas as pessoas trazem as crianças como desculpa porque na verdade o número de crianças e idosos com meio ingresso não chega a um terço do movimento total.
Tem participado de alguma feira internacional de turismo?
-Não, ainda não. Temos contato direto com outros parques e com associações mais ligadas a parques em miniatura, mas estamos em falta dessa participação em feiras de turismo para vender como um produto turístico.
Vendem também a operadoras turísticas?
-Temos um grupo de agências e operadoras turísticas já cadastradas.
Há algum vídeo do parque?
-Ainda não, mas temos um site (www.minimundo.com.br) no qual se pode visualizar todo o Mini Mundo, e inclusive fazer um passeio a bordo de um dos trenzinhos, onde aparece o parque visto da câmara de um dos minihabitantes.