Wendy Sánchez, Diretora de Turismo e Saúde da República Dominicana: “o turismo de saúde pode ajudar muitíssimo na economia”

A República Dominicana procura diversificar a chegada de turistas ao país e, para cumprir o objetivo de passar de 5,5 milhões de visitantes a 10 milhões, na próxima década, precisa desenvolver um turismo que vá para além do sol e a praia. Uma das ações mais recentes tem sido a criação da Direção de Turismo de Saúde, dirigida por Wendy Sánchez, com quem conversamos durante a celebração de Termatalia 2014.
No diálogo, Sánchez falou para nós sobre os objetivos e próximos prazos da nova Direção e as potencialidades de um país que conta com spas muito especiais, como o Hard Rock Hotel & Casino Ponta Cana que foi premiado pelo Grupo Excelencias, em 2012, como o “Melhor Spa do Caribe”, um país que , dada seu orografia e as águas termais que estão na província de Barahona, tem aliciente para desenvolver a parte sudoeste da ilha e descobrir não só as termas, senão toda área quase desconhecida que há caminho para Haiti.
É a primeira vez que assiste a uma Feira de Termatalia?
—É sim. Estou sumamente orgulhosa porque tenham-me convidado a Termatalia 2014 e é a primeira vez que o Ministério de Turismo participa numa feira que tem que ver com águas termais e bem-estar. Basicamente a Direção de Turismo de Saúde começa pela parte de turismo médico, onde uns dentistas fazem visita ao senhor ministro e lhe propõem trabalhar neste projeto e desde esse momento se me atribui.
Já nós temos participado por dois anos consecutivos na Feira Mundial de Turismo Médico. Há duas semanas estive em Washington DC e surpreendi-me porque neste ano deram-lhe um giro incrível à parte de bem-estar. Na cada conferência da feira de turismo médico falava-se de bem-estar, de medicina preventiva, das águas, de como comer bem, exercitar-se, dormir. A parte de bem-estar está a cobrar uma força bastante grande.
A Direção de Turismo de Saúde é uma direção nova: formou-se o passado 24 de junho. Desde esse dia temos tentado de traçar os planos que temos e entendemos que nosso repto maior na República Dominicana é conseguir a forma de como vamos escrever as diretrizes e como vamos fazer para controlar quem será parte do que seria este turismo de saúde ou turismo médico.
Termatalia teve uma série de conferências. Resultaram-lhe úteis?
—Sim. Resultou-me muito útil a conferência que tem que ver com a parte de comercialização e marketing, onde falaram diferentes operadores turísticos sobe como posicionam os destinos e os países e daí procuram particularmente os clientes europeus quanto a bem-estar.
Surpreendeu-me muitíssimo a reunião que tive com uma operadora em específico e que disse para mim que a República Dominicana não contava com o nível deste tipo de spa, tratamentos e todo isso. Sento que há uma falta de informação. Em realidade nós temos todas as peças do quebra-cabeça, o que temos é que as unir e as oferecer.
Tem a República Dominicana um projeto e orçamento para poder pôr em marcha este novo serviço?
—Temos sim. A Direção de Turismo de Saúde é nova e, como todos os orçamentos de nosso Ministério de Turismo se atribuem a princípios de ano, já o senhor ministro tem em seu escritório em plano de dois anos do que seria esta direção e estamos em espera de atribuírem nosso orçamento.
Agora mesmo estamos a trabalhar da mão com as outras direções que nos estão a contribuir um pouco de seu orçamento para poder pôr isto em marcha, mas já a partir de janeiro de 2015 começaremos formalmente com nosso orçamento.
Acha você que existem alicientes também para desenvolver a parte sudoeste da ilha descobrindo não somente as termas, senão toda a área quase desconhecida que há caminho para Haiti?
—Definitivamente o que é turismo de bem-estar e água termal é um grande valor adido para nosso destino. O ter águas termais poder-nos-ia posicionar um pouco mais que o que é sol e praia. Precisamente eu tenho sido contratada, há quase dois anos, para procurar como diversificamos os turistas que chegam a nosso país. Como queremos ir de 5.5 milhões a 10 milhões em 10 anos, em realidade precisamos mais que turistas de sol e praia. Além de que estes turistas de bem-estar gastam cinco vezes mais que um turista normal. Definitivamente o turismo de saúde pode ajudar muitíssimo na economia.