Aquecimento global, outra ameaça para América Latina e o Caribe

30 de Abril de 2015 10:45pm
claudia
Aquecimento global, outra ameaça para América Latina e o Caribe

O aumento da temperatura média do sistema climático da Terra é uma das principais ameaças e reptos mundiais do século 21 que afetando o equilíbrio da atmosfera, o ecossistema e os oceanos.

A região de América Latina e o Caribe é uma das mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global, ainda que é uma das que menos tem contribuído a este fenómeno, segundo revela um relatório da Comissão Económica para América Latina e o Caribe (CEPAL).

De acordo com dados do estudo "Baixemos a temperatura" do Banco Mundial, o fenómeno do aquecimento global suporá um aumento da temperatura média do planeta de 4ºC, o que se traduz em América Latina e o Caraíbas num mais 20% secas, um mais 80% de ciclones tropicais e um desaparecimento quase completa dos glaciares andinos.

O relatório de CEPAL mostra que, em general, em América Central e do Sul, a temperatura tem aumentado entre 0,7 e 1 °C desde mediados dos anos 70, ainda que há algumas excepções regionais. Este é o caso da zona *costera de Chile, que tem sofrido uma redução de 1 °C.

As previsões apontam a que a temperatura subirá ao longo deste século entre 1,6 e 4 °C nessas regiões e que os fenómenos climáticos extremos sofrerão modificações significativas.

As condições climáticas da região voltar-se-ão mais extremas, provocando que as zonas que sofrem secas voltar-se-ão mais áridas e os lugares húmidos contarão com maior volume de precipitações.

A temperatura global potenciaria o desgelo dos glaciares de Bolívia e Peru (que abarca o 77% dos glaciares de todo mundo), onde também constituiria um forte risco populacional, já que são a principal fonte de consumo de água doce, de irrigação e de energia hidroeléctrica dos países da região. Assim mesmo, lugares como México, Brasil ou o Caribe, em cujas praias se estabelece uma consolidada economia graças ao turismo, estão em risco pelo aumento do nível do mar.

Segundo o Primeiro Estudo sobre as Mudanças Climáticas no Brasil, o rio Amazonas, o mais caudaloso e longo da Terra, está em risco pela mudança climática, já que este poderia aumentar sua temperatura em 6ºC até final de século, reduzir a chuva num 45% e causar desflorestação, o que provocaria uma mudança significativa no ciclo *hidrológico mundial.

CEPAL considera que os custos económicos da mudança climática para América Latina e o Caraíbas em 2050 situar-se-iam entre o 1,5% e o 5% de #o PIB regional. Ainda que a mudança climática é um fenómeno de longo prazo, cujos efeitos serão mais intensos na segunda metade deste século, para o frear é necessário actuar com urgência.

Que fazer então?A CEPAL propõe diminuir as emissões de gases de efeito invernadouro das ao redor de 7 toneladas per capita ao ano atuais, a 2 toneladas per capita em 2015 e continuar esta tendência até 1 tonelada per capita a final de século.

Não obstante, também é necessário uma mudança nas infra-estruturas e o modelo produtivo, já que o actual produz níveis perigosos de emissões de CO2 e faz impossível cumprir as metas climáticas que os países se impuseram para 2050. Em América Latina e o Caribe encontramos diferenças entre os países, mas em conjunto as emissões representam o 9% das mundiais.

Preparativos para XXI Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas

O problema das mudanças climáticas é essencial para o Caribe. Por isso, em Martinica, o próximo 9 de maio, efetuar-se-á uma cúpula regional dedicada à preparação e mobilização tendo em vista a XXI Conferência das partes na Convenção marco das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas.

Esta Cúpula será presidida por François Hollande, Presidente da França, e reunirá aos Estados e territórios do Caribe insular incluindo as coletividades francesas das Américas.

O encontro tem como objetivo identificar as iniciativas da bacia do Caribe as que deverão ser integradas numa verdadeira "agenda de soluções" adaptada as especificidades destes territórios. Também pretende contribuir à redacção de um acordo global ambicioso e imperativo o qual deverá ser aprovado durante a COP21 (Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas) que celebrar-se-á no final deste ano em Paris.

Com informação de Russia Today e EcoNoticias

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