Bernardo Echevarría, vice-presidente e diretor geral de Vendas e Marketing da empresa de cruzeiros Pullmantur
Ainda na etapa de transição no processo de integração à Royal Caribbean, a companhia de cruzeiros Pullmantur aumentou o número de seus navios, rotas e produtos. O Sr. Echevarria explica as novidades à Caribbean News Digital.
Há quanto tempo que o senhor está na Pullmantur?
Há três meses que estou na Pullmantur e oito anos na Royal Caribbean. Em 1999 fui nomeado diretor geral para a França e África do Norte para o início e desenvolvimento das vendas nesses países. Depois, com a minha própria empresa, a Latitude Sud, fui o distribuidor exclusivo da Royal Caribbean na França.
Qual é a sua formação?
Eu estudei na Espanha no Liceu Francês de Madri e depois fiz os estudos de Direito e Filologia em Paris, na especialidade de Literatura Francesa e Espanhola.
O que é que pode dizer da sua contribuição à companhia e vice-versa nesses três meses?
A minha contribuição objetiva tem sido na vice-presidência comercial e de marketing, que não existia há aproximadamente cinco meses.
Do ponto de vista profissional tenho bastante conhecimento do mercado quanto ao seu potencial comercial, possíveis estratégias e novos conceitos de marketing, alguns dos quais já estavam em desenvolvimento, implementados por José Arreola, CEO da Pullmantur.
Pessoalmente dedico minha persistência e interesse aos problemas da Pullmantur. Esta etapa de transição afeta a empresa toda e devemos ter uma visão não apenas profissional dos processos e sistemas, mas também humana, já que os funcionários são o principal valor da empresa e estão tentando assumir a integração e a transição da melhor maneira.
Quais os efeitos desta etapa de transição para a empresa?
Nesta etapa adotamos estratégias de sucesso para a companhia como navios adicionais e novas rotas. Em geral continuamos a expansão da Pullmantur que ocorre há muitos anos.
Também cometemos erros que tiveram uma influência negativa na empresa como a introdução de novos sistemas informáticos, que são eficientes para melhorar o serviço ao cliente e às agências de viagem, mas acho que foi um processo muito rápido. De qualquer maneira penso que a transição tem uma imagem de sucesso.
Quais os novos navios da frota?
O Ocean Dream, que vamos posicionar em Barcelona e posteriormente no México. Trata-se de um novo produto adaptado exclusivamente ao mercado mexicano.
Também recebemos o Sovereign, com capacidade superior aos dois mil passageiros, bem acima da capacidade dos navios que até agora eram operados pela companhia.
Poderia explicar mais o projeto do México?
É um novo produto, exclusivo para o mercado mexicano, que vai operar na costa do Pacífico com embarque em Acapulco. É a segunda iniciativa de acordo com a estratégia de desenvolvimento de produtos nacionais. A primeira foi para o mercado francês, com o Holiday Dream, que passou a ser o Bleu de France depois de reformas.
Há outros projetos?
Há muitas oportunidades e a Pullmantur tem possibilidades de deslocar os navios em tempo recorde, o que não podem fazer outros operadores ou companhias de cruzeiros.
Quais os resultados da campanha publicitária "Tua companhia de cruzeiros com alma espanhola"?
Essa foi uma campanha de imagem, não de promoção de tarifas. Queríamos destacar a imagem do operador espanhol e de um produto para o mercado hispânico apesar da compra da empresa por uma companhia americana. Esse foi o objetivo da campanha que terminou na televisão em 11 de maio. Uma enquête posterior indica resultados além das nossas expectativas. A notoriedade da nossa marca aumentou para 86%, número do qual se aproxima apenas um concorrente depois de três anos de campanha na televisão.
Os mercados de núpcias e de luas de mel são interessantes para a Pullmantur?
Todos os segmentos são interessantes para a Pullmantur: núpcias, luas de mel, aniversários de casamento, viagens de família, tudo.
Qual foi o faturamento em 2007 e como vai o ano atual?
O faturamento em 2007 foi de 400 milhões de euros, ou seja, aumentou em 45% em relação ao ano anterior principalmente pelo aumento da capacidade e do volume de negócios. Sem dúvidas a Pullmantur lidera o mercado de cruzeiros na Espanha.
A nossa participação no mercado foi de 50% em 2007 graças aos 250.000 passageiros transportados. Isso significa um aumento de 40% em relação a 2006.
Qual a filosofia da empresa em relação à indústria de cruzeiros?
Primeiramente é um setor em crescimento. Os cruzeiros são um produto de lazer como muitos outros, mas foram o fator chave no sucesso da Pullmantur e vamos continuar seu desenvolvimento.
Foi o segmento de cruzeiros da Pullmantur que motivou o interesse da Royal Caribbean.
Sem dúvidas a Pullmantur foi o carro-chefe do mercado espanhol de cruzeiros a partir da suas visão de operador. Hoje temos o apoio da Royal Caribbean Internacional, empresa à qual pertencemos, que vai continuar transferindo navios à frota da Pullmantur.
E os desafios?
Primeiramente manter a liderança, manter a participação no mercado da Espanha - que é possível ainda que não seja fácil - e aumentar nossa participação no mercado internacional, nomeadamente nos mercados mais afins que são os da América Central e América do Sul. Com certeza esse é o maior desafio.