Clarisa Jiménez, presidente e CEO da Associação de Hotéis e Turismo de Porto Rico

O Congresso Internacional de Destinos, o evento anual mais importante da Associação Americana de Agências de Viagens (ASTA) gerou aumentos de 5 a 11% nos destinos internacionais escolhidos como sede em anos anteriores. Clarisa aborda nesta entrevista os benefícios esperados em San Juan, que acolheu a reunião de 2011 neste mês de abril, além do desenvolvimento da hotelaria de Porto Rico e outros temas da atualidade do Caribe.
O que significa esta reunião da ASTA para Porto Rico?
Primeiramente que temos um grande grupo visitando a ilha, o que gerou um bom número de noites/quarto na baixa temporada. Em segundo lugar, os 700 agentes de viagens norte-americanos participantes têm um grande potencial de venda do nosso destino e foi uma boa oportunidade para que conhecessem o nosso produto turístico.
Quanto pode custar a um destino uma confia como essa?
É bem cara. O governo tem o peso maior, mas os hotéis apoiam porque o esforço tem que ser geral no destino. Eu calculo que o custo deve estar próximo do milhão de dólares. O evento inclui workshops, seminários, visitas a hotéis e a outras atrações.
E quanto aos benefícios que pode aportar?
Como benefício imediato pode deixar muito. Só os quartos/noite e os gastos dos visitantes estão próximos dos sois milhões de dólares, de acordo com a Companhia de Turismo de Porto Rico. Para negócios futuros os benefícios são consideráveis.
Como convenceram a ASTA de se reunir em Porto Rico?
Temos boas relações com eles há já bastante tempo. Só agora é que conseguimos trazer o evento principal para Porto Rico, ainda que tivéssemos acolhido eventos regionais da organização. É agora também que temos o Centro de Convenções de San Juan, e isso ajuda.
O que acha de uma possível abertura de Cuba para o mercado dos Estados Unidos?
Isso pode ser uma boa oportunidade para Porto Rico. Outra ilha de língua espanhola seria algo muito bom para a gente. Na verdade é que sempre estivemos em minoria no Caribe e seria a oportunidade de trabalhar em conjunto com uma ilha irmã no mercado americano.
O que pode comentar do setor hoteleiro na ilha?
Recentemente inauguramos o hotel St Regis, um estabelecimento espetacular, e está em construção o Ritz Reserve, que vai abrir em Dorado. O Vanderbilt está na etapa final de construção e também estamos trabalhando em Cayo Largo, em Fajardo. São hotéis espetaculares.
Atualmente temos cerca de 15 mil quartos e a ocupação é de 68 a 70% na média anual, com mais de 80% na alta temporada.
Como contribui o turismo nacional para a ocupação?
O turismo nacional é o segundo mercado mais importante e contribui para uma ocupação estável ao longo do ano. O turismo doméstico é bem forte.
Está funcionando a promoção de Porto Rico nos mercados latino-americanos?
Acho que é uma região de grandes oportunidades para Porto Rico, mas temos o problema das conexões aéreas. Sem dúvidas o nosso produto pode funcionar nesses mercados.
Qual o lugar da gastronomia?
É muito importante. Porto Rico sempre foi reconhecido como um centro de gastronomia no Caribe, mas nos últimos anos os nossos chefs têm avançado muito mais. É uma área na qual temos grandes vantagens competitivas.