Edison Briesen, ministro do Turismo de Aruba

06 de Julho de 2006 12:00am
godking

A recente edição da Conferência da Indústria Hoteleira do Caribe - CHIC 2006 foi um evento que reconheceu o trabalho de Aruba. Dois de seus hotéis receberam os prêmios Green Globe para o Caribe, e Jorge Pesquera, presidente da Associação de Hotéis e Turismo deste país (AHATA), foi eleito entre os melhores executivos da região.

É sobre o significado desses reconhecimentos e sobre as projeções futuras da ilha que a Caribbean News Digital conversa com o senhor Briesen.

Aruba foi o país mais premiado nos dois primeiros dias do CHIC 2006. Dois de seus hotéis receberam o Green Globe para o Caribe, e um executivo da ilha foi eleito entre os melhores da região. O que é que está acontecendo em Aruba para ter recebido esses prêmios tão importantes?

Acho que definitivamente estamos trabalhando bem. Esses prêmios constituem um incentivo para fazermos o que sempre fizemos: oferecer aos nossos visitantes um dia melhor.

Dois dos prêmios estão relacionados à ecologia e ao meio ambiente. Qual a situação de Aruba nesse sentido?

Temos vários hotéis com essa certificação e esperamos que os demais também a obtenham porque estão trabalhando para isso, para obterem o Green Globe. Nós estamos cientes da importância da preservação do meio ambiente. Os projetos atuais levam em consideração as praias, a infra-estrutura que sustenta a indústria turística e o meio ambiente em geral. Não são apenas os aspectos legais que são levados em consideração. Em Aruba aplicamos as normas internacionais de qualquer construção, quer seja na utilização racional da energia ou no embelezamento dos jardins.

Os prêmios Green Globe colocam Aruba à frente dos países do Caribe com essa certificação...

Exatamente... Há seis ou sete hotéis que a têm. Não sei se estamos na primeira posição, mas sim estamos entre os países cujos hotéis têm uma visão mais ampla, que vai além do fato de atraírem turistas e lucros para a empresa, e participamos da preservação do meio ambiente que é muito importante para nós.

O mercado norte-americano se recupera. Qual a apreciação de Aruba nesse sentido?

Em janeiro de 2007 teremos o Marketplace, onde vamos trabalhar com 1.500 ou 2.000 participantes. Aruba sempre supera os desafios e os três últimos anos foram de muito sucesso, principalmente no mundo hoteleiro. A partir de setembro de 2005 houve uma queda do mercado norte-americano, que é nosso maior mercado, mas agora avançamos bem e estamos trabalhando para recuperá-lo.

O mercado brasileiro também está apresentando crescimento e soubemos que Aruba assinou recentemente um acordo com o governo do Brasil...

Na semana passada reunimo-nos no Rio de Janeiro com a organização que regulamenta o espaço aéreo do Brasil. Tínhamos um acordo bilateral com eles desde 1988, mas agora isso mudou. De dois vôos por semana passamos para sete. Anteriormente as conexões eram apenas a partir de São Paulo e Rio de Janeiro. Agora temos vôos dessas cidades para Aruba, além de uma linha Buenos Aires-São Paulo e para outra cidade do Brasil, e daí para Aruba. Isso aumenta os mercados que dependem do "hub" que temos em São Paulo.

Imagino que esse acordo bilateral é uma quinta liberdade e significa a ampliação dessa quinta liberdade para as companhias brasileiras.

Sim, agora temos dois vôos diretos Rio-São Paulo-Caracas-Aruba com a Varig, que se encontra em uma situação financeira muito crítica. Esperamos que possam sair dessa situação porque para nós é também vantajoso... As sete freqüências semanais aumentam as possibilidades no Norte do Brasil. Tal vez até consigamos iniciar vôos diretos Manaus-Aruba, que é um vôo de duas horas, ou seja, menos tempo do que Manaus-São Paulo. Para os nordestinos, é mais fácil viajar a Aruba e assim passar as férias fora do país.

O mercado espanhol também apresenta crescimento. O anúncio da Pullmantur de ter Aruba como ponto de saída e chegada de um navio de cruzeiro de 800 vagas, além de um vôo charter direto a Aruba deve contribuir para isso...

Exatamente. Com a Occidental, grupo que tem um hotel em renovação, e o hotel do grupo RIU, que está sendo ampliado e que terá mais de 400 apartamentos, acho que teremos as condições para estabilizarmos e ampliarmos o mercado espanhol que é muito importante para nós, porque é um mercado que pode cobrir a temporada em que diminui o turismo dos Estados Unidos, fazendo com que tenhamos um fluxo estável de dezembro a janeiro, que é uma das aspirações de Aruba.

Esses hotéis também aumentam os mercados de Paris, Milão e Roma, e sem dúvidas a chegada da Pullman em novembro deste ano irá aumentar muito o espanhol.

Há outros grupos hoteleiros que gostariam de investir em Aruba. Quando é que o país irá abrir as portas para novos investimentos hoteleiros?

Agora há muita pressão em contra da expansão. Se levarmos em consideração a expansão prevista pelos hotéis em funcionamento, a zona turística planificada em Baby Beach e outras zonas, que implicam numa ampliação de 7.300, e de 11.000 a 12.000 apartamentos, veremos que é suficiente para uma ilha de 178 km2 e 110 000 habitantes.

Há muita pressão dos ambientalistas para que os terrenos e as praias não sejam entregues a grupos internacionais. Em Aruba todas as praias são públicas, e o tema dos hotéis às vezes é complicado.

Qual a situação do litígio quanto à construção do novo hotel? E a situação do novo porto para navios de cruzeiro?

Já foi decidido, entre o governo e a companhia que gerencia o porto, que os trabalhos de reabilitação começarão em 2006. Na segunda metade de 2007 queremos deslocar o guindaste que está na zona de carga do porto de Oranjestad e reabilitar o porto de cruzeiros. Há bastante espaço para um mega-yacht com seu condomínio e seu centro comercial.

A chegada do Hard Rock Café e dos hotéis Meliá depende desta ampliação?

Não. Depois de deslocarmos a zona de carga, começaremos as tramitações com os grupos interessados nos investimentos do mega-yacht com seus espaços comercial e turístico. Penso que há bastante interesse de grupos espanhóis também.

Há algum programa para melhorar as estradas?

Há uma ministra encarregada disso. Vamos começar neste ano as tramitações para a construção de uma nova estrada Orarnjestad-San Nicolas, pois a atual é muito estreita. O desenvolvimento de uma zona turística do outro lado de Aruba requer uma estrada nova.

Quanto tempo deve tomar isso?

Acho que de dois a três anos.

O prêmio de Jorge Pesquera, que hoje já é de Aruba também, o que significa para a ilha?

Em primeiro lugar para o Jorge acho que é uma distinção muito valiosa. De Porto Rico, onde trabalha, conseguiu integrar a comunidade de Aruba e tem sido ainda uma cara nova na AHATA. Tem uma equipe jovem com ele e muita experiência no mercado corporativo, que chamamos de MICE Market (mercado de congressos e incentivos).

Começamos com Meet Aruba e há dois anos assinamos com o governo dos Estados Unidos o Acordo de Intercâmbio de Informação Fiscal, que nos permite ampliar ainda mais o mercado de convenções e incentivos.

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