Embaixador do Brasil na Espanha explica conjuntura econômica brasileira

26 de Junho de 2008 8:59pm
godking

O recente seminário sobre as oportunidades de negócios Brasil-Espanha, realizado em Madri, e do qual participaram mais de 140 empresários e as câmaras de comércio de ambos os países, mostrou o alto potencial econômico brasileiro. O embaixador do Brasil na Espanha, José Viegas Filho, explica à Caribbean News Digital a conjuntura econômica atual no Brasil e as possibilidades que oferece o país para os investimentos espanhóis e europeus.

Como descreveria o senhor as relações econômicas entre o Brasil e a Espanha atualmente?

São relações amplas e felizes em todas as áreas, principalmente na empresarial, e não apenas na atualidade porque nos últimos dez anos houve um grande fluxo de investimentos espanhóis em ramos diversos da economia brasileira. Esse clima de entendimento entre empresários de ambos os países não deixa de aumentar e encontros como este de empresários de São Paulo e Espanha sem dúvidas vão contribuir para o maior estreitamento dessas relações.

Como caracterizaria o senhor o estado atual da economia brasileira?

O Brasil reuniu condições para o início de um ciclo de desenvolvimento sustentável que já está em andamento e que apresenta indicadores muito encorajadores. A economia cresceu 5,4% em 2007 e deve crescer por volta de 5% em 2008. Enquanto a desaceleração afeta o hemisfério norte, no Brasil houve 25 trimestres consecutivos de crescimento, o maior período de expansão em 20 anos. O PIB brasileiro é de 1,8 bilhões de euros segundo o Banco Mundial com paridade do poder de compra, o que situa a nossa economia como a oitava do mundo. E o mais importante: o crescimento não comprometeu a estabilidade econômica e ampliou a capacidade produtiva.

O que é que pode comentar sobre o investimento estrangeiro?

Em 2007 o volume total foi um recorde: 22,5 bilhões de euros, com saldo comercial também sem precedentes de 26 bilhões de euros. O país tem já reservas superiores aos 117 bilhões de euros. Além disso, o Brasil é o segundo principal destino dos investimentos espanhóis. Como garantia do crescimento futuro, aumentou a formação bruta de capital fixo, com expansão de 13,4% em 2007.

A expansão da taxa de investimentos estima-se em 19,3% e as perspectivas para 2009 são de 21%. É de destaque que isso tudo se conseguiu num clima de entendimento entre o governo e as forças produtivas. Esses e outros indicadores justificam o interesse da Europa e particularmente da Espanha pela economia brasileira.

Há obstáculos a serem superados?

Lógico. Nem tudo é perfeito. Há travas burocráticas que prejudicam os investimentos, sobretudo os dos pequenos e médios empresários que com freqüência têm menos assistência jurídica. Por exemplo, tem que haver escritórios de advocacia que assessorem as empresas. É bom que se debata isso para que esses problemas possam ter uma solução. Essa é também a utilidade desses encontros, onde os empresários podem debater e conhecer a maneira de solucionar os problemas que têm.

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