Entrevista a Gustavo Staufert Buclon, Diretor de Promoção da OFVC de Guadalajara

12 de Janeiro de 2015 5:41pm
claudia
Entrevista a Gustavo Staufert Buclon, Diretor de Promoção da OFVC de Guadalajara

Primeiro, felicidades por seu novo cargo e gostaríamos de que nos contasse brevemente o mais destacado de de  sua trajetória profissional até o seu posto atual.

- Fui hoteleiro durante 28 anos. Grande parte de meu trabalho fiz-o dentro de Intercontinental e nos últimos 15 anos tenho sido diretor geral de hotéis, em Intercontinental El Salvador, Intercontinental Honduras e após aí regressei a México, para manejar a mudança de Radisson Povoa a Holiday Inn e ao mesmo tempo abrir o Crowne Praça de Pachuca. Estive num ano ali e depois atribuíram-me abrir o Intercontinental de Mérida e mandou-me Intercontinental a Guadalajara onde estive seis anos dirigindo o hotel Intercontinental de Guadalajara, para fazer sua remodelagem. Tocaram-me muito takeovers e construções de hotéis, o qual tem sido muito agradável em minha carreira.

Vem a mudança para ir a outro país e nesse momento a Cidade de Guadalajara pede-me que fique, vinha eu de ser 2 anos presidente da Associação de Hotéis e 3 anos como vice-presidente. Tínhamos um trabalho bastante facto. Durante esses cinco anos fui conselheiro do Escritório de Visitantes e Convenções, pelo que conheço bastante bem o Escritório.  Para o Grupo Poma fui o Presidente de Roous divisão para todos seus hotéis que estavam focados para a atenção a clientes e o melhor descanso, se chamava nesse momento o projeto de Solaris do Grupo Poma. Com toda esta experiência na indústria da hospitalidade e com 5 anos no Conselho do Escritório de Visitantes e Convenções, me pedem que não me vá do país e decido me ficar manejando toda a promoção do escritório.

Quais são os seus objetivos prioritários?

- O primeiro e o mais importante é atender os dois nichos principais do Escritório de Visitantes e Convenções, se tomamos o V como o FIT e o C como segmento MICE, são as duas grandes prioridades. O Escritório tem feito um excelente trabalho no segmento MICE, mas temos que trabalhar bem mais na parte de visitantes. Temos as estatísticas mundiais onde o turismo de fim de semana é completamente emocional, sentimental. É um grab and go, grab your car and go. É sumamente regional, de facto, na Espanha tem ajudado muitíssimo ao turismo rural. Para isto um tem que ter meios electrónicos e páginas que gerem um conteúdo que possa se converter em viral.

Pelo outro, profesionalizar mais o Escritório, ter as ferramentas através de um CRM que nos possa dar efectivamente todas as estatísticas para que nos alimentemos, para que possamos ver os comportamentos e quais são os motivos que têm propiciado que se feche o negócio.

Outra parte que é o objetivo principal, o turismo de Guadalajara, essa tradição à que lhe cantava Jorge Negrete, com o charro,  mariachi, o tequila, as mulheres formosas, já não é sozinho isso. Agora, Guadalajara, devido ao crescimento de infraestrutura turística tão forte que tem tido, se converteu num portfolio em expansão. Hoje Guadalajara é o clúster da moda, a joalheria, os espectáculos, a cultura, os desportos, compra-las, em fim tens um montão de motivos que fazem que Guadalajara seja e que você queira estar aí. Manter o excelente trabalho de promoção e postulação que se fez em anos anteriores. Temos que apresentar essa Guadalajara tradicionalmente moderna.

Trabalham todos os nichos de idade?

- Dizer-te-ia que na parte regional sim, mas a parte que vai a Congressos e convenções e exposições e feiras é um mercado muito marcado que tem que ver com os segmentos típicos deste mercado; mas a outra parte, o segmento emocional, que pode trazer a maior quantidade de dividendos neste momento sim tem que ver com todos os nichos de idade. Guadalajara é tantas coisas, temos novas equipas de basebol, estádios novos, mais praças comerciais, clúster dos hospitais que é dos mais impressionantes na região, temos todos os festivais, como o de cinema, a Feira Internacional do livro. Guadalajara é polifacético, por isso é que tens que estar aí. Se tens 10 anos tens que vir a ver o estádio das Chivas, há que ir ao grande estádio dos Charros de Jalisco, há que ir ver a Tatiana quando se presente ao Telmex. Se tens 20 anos há que ir ver a Ricky Martín, ao Opera House, em fim, Guadalajara tem uma cara para a cada uma das idades, para a cada um dos géneros. Em todos os casos é divertido. Guadalajara é um lugar onde a cada membro da família pode fazer o seu durante o dia e podem ir juntos a cenar na noite com nossa vasta oferta gastronómica.

Que percentagens têm de visitantes nacionais e internacionais?

- 70% nacionais e 30% estrangeiros.

A pretensão é crescer em ambos?

- A pretensão é pôr mais pessoas nos quartos de hotéis, mais pessoas em nossos restaurantes, mais metros quadrados na Expo, mais público agora em Palcco, nossa prioridade é que conheças Guadalajara.

Por que cresceu mais o número de quartos que a demanda?

- Se um o vai ver a todas as praças que têm crescido dessa maneira é perfeitamente natural e cíclico. Cria um duplo sentimento, um é curto-placista e o outro vai mais para o médio prazo. Geralmente quando cresces, a infra-estrutura vai sofrer um pouco a ocupação, e quando a infra-estrutura cresce a raiz de uma estratégia governamental e de uma estratégia  real, porque se estão a expandir, a Expo tem crescido desde 65 mil metros quadrados faz 10 anos a 120 mil na actualidade, tens que criar a infra-estrutura. O boom da hotelaria tem feito que desde 2009 para cá a hotelaria tenha crescido num 38%, é um crescimento muito alto neste momento e tende a seguir crescendo. A demanda não o pôde atingir tão rápido: no entanto temos tido um crescimento da demanda que vai sobre o 19% que, se o dividimos nestes 5 anos, estamos a falar de um crescimento sobre o 6%, que é um crescimento digamos que não o melhor do mundo, mas sim bastante são, que dobra e triplica o produto interno bruto de nosso país e de nosso estado.

O que temos que fazer, e esse é nosso grande repto, é que a demanda atinja a oferta. Sim calculamos que nuns cinco anos isto se vai estabilizar, porque ao passar de 17 mil quartos de hotel a 22 500 quartos de hotel isto também nos ajuda a jogar em outras unes e ser vistos pelos grandes compradores de turismo como uma cidade que já pode competir com outras capitais mundiais de uma maneira interessante. Em nosso país não existe uma cidade que tenha tantos quartos de hotel ao redor de seu expo,  tenho entendido que em outras cidades importantes tens que viajar até mais de uma hora para chegar ao hotel e ainda que têm grandes recintos para exposições, feiras, convenções, ter que passar por tanto tráfico é complicado.

O tema da formação dos servidores de turismo. Como está Guadalajara e daí se está a fazer para seguir os formando?

- Uma das vantagens que temos em Guadalajara é que nosso portfolio educativo é bastante importante. Se revisas os nomes das universidades que temos em Guadalajara, tanto públicas como privadas, também é um muito interessante. Temos a Universidade Panamericana, uma Escola Culinária Internacional, o Tec de Monterrey, a Universidade Autónoma de Guadalajara… Então, temos o pessoal qualificado. Quiçá o repto vinga mais para o pessoal técnico.

No entanto, algo que acho que nosso país não é muitas vezes visto, a Associação de Hotéis, o Escritório de visitantes, o Sindicato de hoteleiros e gastronómicos e sete universidades da cidade assinamos um convênio onde vão poder pertencer os alunos das escolas técnicas e dos primeiros anos de universidade às equipas gastronómicas que precisam os hotéis, que precisam os banqueteros em tempos de grandes convenções ou congressos. Esse tempo vai ser-lhes pago, como se fossem qualquer outro mesero, ademais, contar-lhes-á como tempo de práticas profissionais. Também temos tese dirigidas, onde precisamos que se faça investigação em aspectos turísticos, que se possa fazer por equipas, atendendo a problemática que temos, e meter a academia no campo nos dá certas vantagens. Acho que temos podido ver esses aspectos que vão gerando um boom de infraestrutura turística. Graças a que temos os meios educativos e que podemos sentar aos empresários, às escolas e aos sindicatos para dizer sim, temos que fazer mais pára profesionalizá-los e para que a gente saia das universidades mais preparada, pois te dá um indicativo da classe de serviços que podes encontrar em *uadalajara agora.

Que importância tem a gastronomia em Guadalajara?

- O trabalho que tem feito Juan José Tamayo, como Presidente na Câmara Nacional da Indústria de Restaurantes e Alimentos Condimentados tem sido muito bom. Está a trazer 30 chefs reconheecidos do país e do mundo a Guadalajara. Na comida regional temos descoberto que bem como no tequila temos  alguns factores de clima, solo, altura que têm permitido que ao vinho mezcal como se lhe chamava anteriormente  criasse uma denominação de origem que se chama tequila, temos descoberto que tem sucedido em outros casos.

Sua posição geográfica é tão interessante que o vemos com o tequila, o birote e outras muitas coisas. Permitiu-nos ter uma gastronomia interessante, ter chefs que realmente destaquem e ter nossa própria cozinha, tanto mexicana como regional, que nos põe num lugar interessante. Acho que tanto em Porto Vallarta como em Guadalajara a maneira em que se deram restaurantes temáticos e regionais tem sido bastante interessante. Acho que junto ao desenvolvimento da infra-estrutura turística quando vemos a maneira em que tem crescido a indústria de restaurantes de qualidade mostra o que vamos sublinhando, que Guadalajara é um portfolio em expansão.

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