Entrevista a Jaime Buxó, Diretor Geral de Occidental Hotels & Resorts

Uma pergunta que chama a atenção a todos nossos leitores, a saída de Banco Bilbao e neste caso de Amancio Ortega, através de suas companhias de investimento de capital de risco, deixa um espaço entre os acionistas para ser coberto por outras companhias. Já há várias interessadas no grupo, entre elas Marriot, é quiçá a mais perto de?

A operação está a se desenvolver como tem se vindo explicado oficialmente pela companhia e este processo ainda precisa de tempo. O mercado não deve atender a notícias que têm sido publicadas e não são certas. Em princípios de ano empeçamos um processo de posta no mercado da companhia, os acionistas ficaram e ficam interessados em fazer uma operação corporativa, mas si as condições não se darem, esta operação não vai se desenvolver.

Temos trabalhado numa profunda reestruturação da companhia desde a área financeira até a corporativa, Occidental dispõe duma grande equipe humana e magníficos hotéis, pelo que ficamos cômodos no caminho iniciado nestes anos.

O grupo ficava num processo de desinvestimento e de investimento, ao mesmo tempo. No primeiro venderam-se ou deixaram-se propriedades sob sua administração que são importantes, como o buque insígnia na Espanha, o Hotel Miguel Angel, e umas vendas na República Dominicana de algumas das propriedades que tinham lá. Tem concluído esse processo?

O que temos feito é aplicar o plano estratégico da companhia cuja linha principal é especializar a Occidental Hotels & Resorts como gestora de hotéis na área do Caribe e México, fundamentalmente em Resorts sob o regime de All Inclusive.

Por isso temos estado a trabalhar nos últimos anos em fechar investimentos e sair de nossas operações na Espanha com o fechamento em 2013, do contrato de aluguel do hotel Miguel Ángel.

Com isto tem se atingido definitivamente que a companhia tenha essa orientação de especialista na área Caribe e no manejo de Resorts & Hoteles que ficam nas principais capitais destes países, como Santo Domingo e Havana, reforçando nosso posicionamento e aperfeiçoando nossos resultados.

Neste caso há quatro hotéis que se potenciarem em caso de que entre uma companhia norte-americana nos seus acionistas, e há uma parte que vão ter que deixar, que é a parte de Cuba que não se poderia permitir, não é?

Bom, mais uma vez tenho que dizer que nestes momentos projetar situações que podam acontecer no futuro si entrar um novo sócio ou proprietário é muito arriscado, nós ficamos centrado em oferecer o melhor serviço para nossos clientes, como demonstra o ter ganhado este ano vários certificados de Tripadvisor, seguir a investir no aperfeiçoamento e atualização de nossos hotéis e a converter nossa marca hoteleira num excelente lugar de trabalho para as equipes humanas de Occidental e oferecer a maior rentabilidade para nossos proprietários de Hotéis.

Mas há uma realidade, si entrar um grupo americano não pode seguir…

Não é uma realidade e sim, eu posso confirmar que a data de hoje, ninguém, absolutamente ninguém, é capaz de assegurar que isso vai a acontecer.

Em Occidental Hoteles não temos deixado de fazer nenhuma ação nem em curto nem em longo prazo por este processo, e é demonstrável por exemplo, na total reforma feita no Hotel Occidental El Embajador (Santo Domingo, República Dominicana) de uns seis milhões de dólares, outro exemplo claro é o desenvolvimento dum importante investimento em melhoras que estamos a desenvolver em Occidental Grand Aruba (Aruba), o Occidental Grand Xcaret (Playa del Carmen, México) ou o Occidental Grand Punta Cana, (Bávaro, República Dominicana).

Sobre Cuba, posso assegurar que nós, e especialmente desde que eu sou parte da direção da divisão Hoteleira da companhia, temos estado investindo muito tempo e esforço profissional em melhorar nossas operações lá, em dar melhor rentabilidade a nossos sócios proprietários dos Hotéis Gran Caribe e Gaviota. Si tiver lugar uma operação  corporativa, teremos que avaliar que passos desenvolver para, sobretudo, proteger a nossos sócios e sues interesses comerciais e econômicos; algo que o Conselho de Administração de Occidental e a Direçao Geral temos muito claro.

Vocês têm investimentos em outros países do Caribe e América neste momento?

Nós temos interesses em destinos que ainda não ficam completos para nós poder posicionar-nos com uma marca global no Caribe. Hoje, acho que somos, si não a primeira, uma das três companhias hoteleiras principais em resorts com regime All Inclusive que mais destinos oferece no Caribe ou onde ficamos presentes, na maioria dos destinos importantes que um agente de viagens ou um cliente, desejaria conhecer.

Que nos faltaria ou que nos falta e donde estamos a ver oportunidades? Jamaica, um destino muito consolidado, especialmente em mercados como o Canadá e os Estados Unidos, e logo vemos muito futuro no Panamá que combina à perfeição desfrutar da experiência que oferece um destino de praia e de cidade: o relax do mar, as compras, a cultura e o ócio. Gostaríamos muito de poder entrar no Panamá e completar o portfólio de destinos que temos com Aruba, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Haiti, México e República Dominicana.

Você acha que Panamá é destino de cidade ou de praia?

Acho que temos as duas possibilidades. Em Occidental ficamos centrados em ser especialistas no manejo do Resort All Inclusive. Não descartamos e queremos seguir a crescer no manejo de hotéis urbanos, especialmente na categoria Cinco Estrelas, naquelas cidades com alto interesse turístico. Por lo tanto, o cliente que visite nossos hotéis será também um cliente que busca passar suas férias na cidade.

Estamos falando mesmo assim de férias, mais de tipo diferente. Achamos que no Panamá podemos ter as duas possibilidades, o ideal para nós seria ter ambas, um hotel na cidade e um nalgum outro destino turístico de praia.

Isso é uma ideia em curto prazo o acham que em médio longo?

É uma ideia em curto prazo, em um ou dois anos.

Compra, construção ou administração?

Hoje acho que Occidental está numa posição privilegiada para um crescimento em administração, já que mais 80% de nossos hotéis são em propriedade e não é um formato normal em companhias hoteleiras.

Temos desenvolvido umas plataformas de marketing e distribuição comercial, marcas de prestigio reconhecidas nos mercados e equipes altamente profissionais que permitem-nos  atrair a proprietários de hotéis sim vocação de ser gestores, encontrando em Occidental uma grande solução para seus reptos de serviço e rentabilidade. Além disso o tamanho médio de Occidental, permite-nos oferecer o seguimento necessário e a atenção muito personalizada.

Então, é um momento de prudência. Nós pelas nossas caraterísticas, não publicamos notícias sensacionalistas, sempre temos muito confirmadas as informações que vamos divulgar, isso nos dá um conceito diferente a outras publicações e somos muito respeitosos ante a posição dum hotel. Mas chama nossa atenção que se este a preparar...algo mais que poda nos dizer, Colômbia por exemplo como destino...?

AColômbia é um país com grande potencial turístico, temos uma associação com Estelar Hoteles e nosso desejo é seguir-nos desenvolvendo na hotelaria de férias, de sua mão. Agora estamos presentes em Cartagena de índias, mas não descartamos em médio prazo ficar em outros destinos, como Santa Marta. O produto Resort All Inclusive tem capacidade de crescimento neste destino.

Estivemos no Market Hub de Hotelbeds, acho que é um excelente vendedor de seus hotéis. Qual é o volume de produção no que poderíamos situar a Hotelbeds dentro da pasta de apartamentos de Occidental?

Hotelbeds é um dos nossos clientes Top Ten em nível mundial, através destas linhas quero felicitar a  Hotelbeds  e a toda sua equipe dado que sempre estão a aperfeiçoar uma posição de liderança que já tem na distribuição de habitações em nível. Para nós oferecem uma plataforma de distribuição para chegar até muitos mercados que teriam um custe excessivo para nós e Hotelbeds oferece nos essa possibilidade de forma muito profissional e transparente.

Além disso, nós valoramos muito a Hotelbeds, consideramos-o mais que um distribuidor, um partner, acho que entendem muito bem o negócio hoteleiro, é muito respeitoso como os processos e a forma de distribuir da companhia, que permite planejar diferentes estrategias em diferentes mercados, e uma das razoes, além da sua equipe, que faz que Hotelbeds poda fazer isso, é sua tecnologia de distribuição de última geração.

É a primeira vez que está presente num Market Hub?

É sim, é a primeira vez.

E que lhe pareceu?

Muito profissional, muito dinâmico e interessante e facilita o contato direito entre Hoteles e seus distribuidores. Essa transparência que Hotelbeds oferece na distribuição ofereceu-a também lá, ir direitamente a seu cliente que também é nosso. Hotelbeds deu a mão nesse Market Hub para esses contatos direitos e ao final isto faze crescer a todos.

Quantos hotéis e apartamentos tem Occidental Hoteles?

Ao longo seus 30 anos de história Occidental Hotels & Resorts, tem se convertido num referente no setor de férias, tanto em nível hoteleiro como de tempo compartilhado, fundamentalmente na região do Caribe, pela sua implementação e o desenvolvimento dum estilo próprio basado na vocação de serviço por excelência, que se define em “Experiência Occidental”.

Atualmente, Occidental Hotels & Resorts, gestiona uns 6.000 apartamentos em 18 hotéis em sete países: Aruba, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Haiti, México e República Dominicana, com 4.600 empregados que oferecem serviço anualmente a mais 600.000 hóspedes, com um Clube de Férias com mais 23.000 sócios.

Como já informou Occidental Hotels & Resorts a inícios do mês e maio de 2013, após concluir o processo de refinanciamento de sua dívida em longo prazo, a Companhia iniciou um importante plano de investimentos através dum intensivo programa de reformas e melhoras no conjunto de seus Resorts e Hoteles que incrementará a diferenciaçao de seu produto e notoriedade de suas quatro marcas – Royal Hideaway, Occidental Grand, Allegro e Occidental City Hotels – para uma maior satisfação de seus clientes.