Frank Medina, diretor de Vendas da Royal Caribbean para a América Latina

20 de Outubro de 2008 12:10am
godking

A Royal Caribbean International vai inaugurar em 7 de dezembro seu porto base no Panamá, o Colon 2000, no qual vai colocar o navio "Enchantment of the Seas", um produto pensado para o mercado latino-americano. Disso e das estratégias imediatas da empresa, Frank Medina conversou com a Caribbean News Digital. Participaram ainda do encontro Nancy Ramos, diretora internacional de Marketing e Comunicação da América Latina, Caribe e México, e Olga Jiménez, gerente geral da Grand Tourism.

Quais as expectativas da empresa com o novo porto?

FM: Trata-se de um projeto externo da Royal Caribbean. Foi uma proposta panamenha para embarque e desembarque no Panamá. A empresa construtora é uma empresa privada que vai se encarregar também das operações de embarque e desembarque. Eles vão prover um serviço que nós vamos comprar.

Nesta temporada e na próxima temos o mesmo itinerário: Cartagena, Santa Marta, Aruba, Curaçao e Bonaire. O projeto prevê que os colombianos possam embarcar em Cartagena, o que diminui a flexibilidade da rota do navio. Já na terceira temporada vamos ter a experiência das duas anteriores e decidiremos o que fazer.

Como avalia a Royal Caribbean a infra-estrutura para o porto base no Panamá?

Panamá é um país bem preparado e é uma oportunidade para todos os operadores de turismo. Os hotéis garantem a disponibilidade de apartamentos. O navio vai chegar no final de semana quando a ocupação hoteleira cai.

Os horários das conexões aéreas da América do Norte, do Sul e México permitem que o passageiro possa pegar um avião no mesmo dia do desembarque.

A abertura foi prevista para o dia 7 de dezembro. Mantém-se a data? Como vão as reservas para a abertura?

FM: De acordo com os construtores e arquitetos, o porto estará pronto antes dessa data. Mantemos as 19 saídas previstas. O Enchantment está confirmado de 7 de dezembro a 12 de abril e, depois, de dezembro de 2009 até abril de 2010.

Como influíram os furacões desta temporada na Royal Caribbean?

FM: Tivemos que mudar as rotas de alguns navios que operam no Caribe, saindo de San Juan, em Porto Rico, e de Miami e Fort Lauderdale.

Quando há tormentas desse tipo os navios podem mudar as suas rotas, visitar outros portos ou ficar no alto-mar.

O que é que nos pode comentar da união da Royal Caribbean com a Pullmantur?

FM: Foi uma estratégia de crescimento no mercado da Espanha. Hoje a Pullmantur é uma marca independente da Royal Caribbean, com administração própria e decide suas rotas. O que temos feito é reformar navios da Pullmantur que passaram à Azamara - idealizada para a América do Norte - e da Royal Caribbean para a Pullmantur para a sua operação nos cruzeiros no Mediterrâneo e no Caribe destinados ao mercado espanhol.

O que é que nos pode dizer dos cruzeiros de inverno no Mediterrâneo?

FM: O produto europeu teve muita popularidade nesses anos. A alta do euro torna mais caras as férias em terra. Um cruzeiro na América Latina é pago em dólares e tem quase tudo incluído, daí que um cruzeiro seja mais barato do que um hotel com refeições em restaurantes, etc.

Isso faz com que os cruzeiros tenham muita aceitação na Europa. O tempo no Mediterrâneo está permitindo temporadas mais prolongadas e pela primeira vez vamos começar a navegar o ano todo.

O preço do combustível tem prejudicado muito as companhias aéreas e começa a atingir também os navios. O que é que está fazendo a Royal Caribbean nesse sentido?

FM: Os custos aumentaram muito para os navios e a empresa está tentando reduzi-los. Por exemplo, trocando os sistemas de iluminação por outros mais eficientes, colocando materiais isolantes nos vidros exteriores para a atenuação do calor, mudando as rotas e reduzindo a velocidade dos navios que consomem assim menos combustível, e adaptando os horários nos portos à procura de itinerários mais eficientes.

NR: Os navios novos são muito mais eficientes, com reduções de 15 a 25% no consumo de combustível. É um ponto que sempre é levado em consideração durante a construção dos navios.

FM: Estamos aplicando ainda uma tinta especial na parte inferior que diminui a fricção da água e assim os navios avançam mais rapidamente. Trata-se de tecnologias que contribuem para a redução do consumo de combustível nas quais não pensávamos anteriormente.

Como vai o projeto do navio mais revolucionário do mundo, o Oasis off the Seas?

NR: É o primeiro da marca Oásis. Já tem seis dos bairros anunciados. São comunidades a bordo porque é um navio muito grande, mas é fácil se deslocar através delas. Outro exemplo das inovações do Oasis off the Seas é o Aqua-Theater que anunciamos recentemente. As cabines são impressionantes, à vezes com dois níveis.

Quais podem ser as conseqüências da crise atual nos Estados Unidos e na Europa para as companhias de cruzeiro?

FM: O que está acontecendo é que os consumidores continuam a comprar os cruzeiros. Os americanos protegem muito suas férias e nos cruzeiros têm quase tudo incluído, como refeições e entretenimento. Só pagam as bebidas e as excursões em terra, de modo que os cruzeiros são mais baratos do que ficar em hotéis e isso tem contribuído para manter as vendas.

As pessoas conhecem a marca e sabem que é um produto de boa qualidade. Sempre há um produto que é preciso promover mais, mas em geral as vendas foram bastante boas em 2008.

Por outro lado decidimos colocar navios no Panamá, na América, na Ásia - onde o mercado chinês tem outro dinamismo -, na Europa e estamos tentando vender em mercados com melhor situação econômica.

Mais alguma coisa pra os nossos leitores?

Queremos que saibam que o nosso objetivo é ter o navio o ano todo no Panamá. É o primeiro produto da Royal Caribbean para o mercado latino-americano totalmente em espanhol que vai ser promovido no México e na América Latina toda.

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