John Issa, presidente da rede hoteleira SuperClubs

30 de Maio de 2008 7:58am
godking

Além de continuar a trabalhar na elevação dos padrões de qualidade dos seus estabelecimentos hoteleiros, a rede SuperClubs constrói um hotel no Panamá e mais três no Brasil que devem entrar em funcionamento entre 2010 e 2011. John Issa explica os detalhes.

O senhor poderia falar um pouco do que significa o mercado espanhol para o Grupo?

Atualmente temos um espanhol encarregado das vendas na Espanha. Trata-se de Herminio Gálvez. É um veterano da hotelaria que já trabalhou em diversas companhias internacionais.

Na Espanha temos que trabalhar muito para captarmos uma parte importante dos passageiros que viajam à Jamaica. Muitas das empresas de viagens são propriedade dos próprios hotéis e isso vai contra a concorrência. Acho que deveria existir uma lei que evitasse isso.

Algum projeto para a construção de um hotel SuperClubs na Espanha?

Até agora não. Temos concentrado os nossos esforços de expansão na América Latina, que está muito mais perto, ainda que tenhamos olhado para a costa do Mediterrâneo porque sempre olhamos para as regiões com potencialidade de desenvolvimento e acho que é uma delas. Temos uma disputa com algumas companhias no Oriente Médio e na África que querem se apropriar dos nossos nomes e marcas. Esse é um sinal de que os nossos produtos são atrativos nesses mercados e territórios.

O turismo apresenta um desenvolvimento muito forte na Europa e principalmente na Espanha, de maneira que penso que seria importante a presença do SuperClubs naquela parte do mundo, mas temos que ter a certeza de que não vamos esbarrar em obstáculos ou objeções de tipo cultural.

O que e que acha da presença progressiva das hoteleiras espanholas no Caribe, particularmente na Jamaica?

Nós estamos tentando distinguir os nossos produtos em relação aos das empresas espanholas que, é um fato, estão fazendo fortes investimentos na Jamaica. Com 1.000 ou 2.000 acomodações num destino é possível controlar os preços. Como é um tipo de férias diferente, é possível reduzir os custos, mas um diretor de hotel não pode saber quem são seus hóspedes, é impossível. Nós, da nossa parte, estamos tentando oferecer férias mais personalizadas.

Quais os novos planos construtivos do Grupo?

Temos duas propriedades em construção: o Breezes Panamá e o Breezes Búzios. O primeiro está localizado em Playa Blanca, a uma hora e pouco da Cidade do Panamá. É um belo estabelecimento situado numa faixa de praia fabulosa que contará com facilidades para eventos, cassinos, clubes infantis com opções para diversas faixas etárias, SPA, restaurantes e todas as facilidades dos nossos Breezes. A abertura está prevista para os meados de 2008.

Já o Breezes Búzios, no Rio de Janeiro, vai ter um belo SPA, bangalôs espalhados por uma praia maravilhosa, piscinas em muitas suítes e vai estar equipado com instalações infantis.

Temos em projeto o Breezes Recife, no nordeste brasileiro, numa zona de belezas naturais espetaculares, e ainda o Breezes Paraty, no estado do Rio de Janeiro.

Esses estabelecimentos devem entrar em funcionamento em 2011, ainda que pudesse ser em 2010.

O SuperClubs vai continuar o processo de melhora e ampliação das capacidades existentes?

Exatamente. Além dos projetos em construção, continuamos a elevar os padrões de qualidade nas propriedades atuais. No Breezes Bahamas, por exemplo, realizamos reformas em dois terços das acomodações no ano passado. No Breezes República Dominicana estamos realizando obras importantes e também no Breezes Curaçao.

Evidentemente a marca Breezes é a de maior expansão. É o produto de maior sucesso da companhia?

Sem dúvidas é a marca mais universal, com valores médios, categoria 4-estrelas e opções de lazer para famílias, casais ou pessoas solteiras.

Há planos de expansão no Caribe?

No Caribe há muitos terrenos que poderiam ser utilizados num eventual processo de expansão, mas continuamos concentrados na Jamaica para a expansão e melhora das instalações existentes. De qualquer maneira ficamos atentos.

Qual o impacto nos hotéis do SuperClubs da atual crise nos Estados Unidos?

Nossas vendas são globais e o mercado canadense, por exemplo, está suprindo a queda do mercado norte-americano. Nós pensamos que os americanos vão continuar a viajar, mas para destinos mais próximos como o Caribe, não para a Europa, devido à valorização do euro.

A China e Rússia estão se tornando mercados muito potentes. O SuperClubs está preparado para acolher turistas russos e chineses? Há alguma coisa que deveriam mudar nesse sentido?

Há anos que os turistas russos vêm ao Caribe e aos nossos hotéis. Há seis ou sete anos que fazemos negócios com os russos e temos acolhido grandes grupos que viajam em seus próprios aviões. Os russos têm dinheiro. Olhando a lista da revista americana Forbes, vemos que há alguns russos entre os 20 homens mais ricos do mundo.

Quanto aos chineses, há algum tempo que viajam para a Jamaica através de pacotes patrocinados pelo governo chinês em conjunto com as autoridades jamaicanas. Eles chegam à Jamaica à procura de cultura e história, coisas como o Blue Coffee Mountain, por exemplo. Por enquanto não são turistas de sol e praia. Muitos dos turistas chineses que nos visitam já visitaram a Europa, Ásia, Austrália e Oceania.

Para esse turismo temos que levar em consideração a gastronomia, por exemplo. São turistas com outros hábitos de alimentação e teríamos que fazer o que fizemos com os turistas japoneses, ou seja, garantir pratos japoneses no café da manhã e que alguns funcionários do hotel falem japonês porque muitas dessas pessoas não falam inglês. Ou seja, temos que garantir que se sintam como em casa.

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