Jorge de Jesús, diretor-geral da TAM Airlines para os mercados da Espanha e Portugal

13 de Setembro de 2010 6:26pm
Jorge de Jesús, diretor-geral da TAM Airlines para os mercados da Espanha e Portugal

As rotas da TAM que ligam o Brasil com a Espanha e Portugal estão registrando uma grande movimentação de passageiros do país sul-americano para a Europa, daí as perspectivas de acordo da transportadora brasileira com outras companhias membros da Star Alliance, o que daria maior cobertura a cidades e viajantes. Mas é apenas um dos muitos projetos da TAM Airlines para esses mercados.

Quais os novos projetos e ações em desenvolvimento por parte da TAM para tornar mais dinâmicos os fluxos turísticos entre o Brasil e a Espanha?

Temos mantido as nossas frequências desde dezembro de 2007 com o Airbus A 330 e recentemente mudamos a configuração: agora temos uma configuração padrão em todas as aeronaves nos voos internacionais com quatro primeiras classe, 36 Business e 183 Econômicas no A330. Ao completarmos três anos de atividade (em dezembro próximo) podemos dizer que consolidamos definitivamente a rota e estamos muito satisfeitos com a nossa posição no mercado apesar da crise do ano passado cujos problemas já tinham começado em 2008.

Qual foi o crescimento do número de passageiros do Brasil para a Espanha e Portugal nesses anos de crise?

Trata-se de um tema de tráfego com a Europa, onde se sentiu mais a crise, mas não temos queixas do mercado espanhol. O Brasil está crescendo muito e isso se reflete no aumento do tráfego do país para a Europa.

Nessa rota temos uma grande movimentação, principalmente Brasil-Lisboa. Temos quatro voos diários do Porto e Lisboa para Brasília, São Paulo e Rio. Em breve vamos reforçar a rota Madri-São Paulo através de um code-share com a TAP, um serviço Lisboa-Madri-São Paulo.

Há grandes perspectivas de acordo com outras companhias aéreas que estão com a gente na Star Alliance como é o caso da Spanair para diversos code-share, entre eles Barcelona, Valência, Málaga e Bilbao, rotas que podemos ligar aos nossos voos para Madri.

Em geral o tráfego da TAM é muito bom na Europa. Foi um ano de auge, tanto em Paris, onde operamos há dez anos, quanto em Londres, Milão e Frankfurt... Em Paris temos três voos diários, em Londres operamos com o Boeing 777, com capacidade para 362 passageiros. Foi um ano recorde da TAM na Europa até hoje.

O que é que a TAM faz para manter boas relações com as agências de viagens e a venda de seus voos?

As comissões estão padronizadas no mercado por parte de quase todas as companhias. O nosso trabalho baseia-se mais no atendimento aos agentes, num bom serviço que os torne verdadeiros parceiros e que diferencie as nossas relações das que têm com as restantes companhias aéreas. Desde o início da rota temos realizado diversos famtrips com agentes de viagens do mercado espanhol... Temos tarifas negociadas com alguns grupos e para os agentes de viagens temos bilhetes com descontos.

Qual a importância do segmento de carga nos planos de expansão da TAM?

A carga tem uma importância vital. Ainda temos uma comercialização terceirizada da nossa capacidade através de agências em diversos países da Europa. Temos um gerente para a Europa baseado em Madri. Trata-se de uma atividade muito importante, mas internacionalmente não tem ainda a mesma força quanto a nível doméstico porque a TAM Cargo no Brasil é muito forte.

Como é a estrutura da gestão comercial da TAM na Espanha e Portugal?

Toda a gestão é realizada em Madri. Portugal subordina-se aos escritórios de Madri, mas com critérios e escritórios próprios em Lisboa, e funcionários que trabalham diretamente com os agentes de viagens e o público. Em Portugal temos quatro funcionários e em breve serão seis, respondendo ao grande fluxo entre o Brasil e Lisboa, para o que foi criada uma estrutura no aeroporto. Em Madri temos 48 colaboradores. É o pessoal da TAM que faz o check in e o atendimento aos nossos passageiros.

Nos code-shares com outras companhias cumprem-se as especificações da TAM quanto à bagagem, por exemplo?

Sim, para um passageiro que sai da Espanha, por exemplo, tudo que está em seu bilhete, no contrato, e é respeitado quando aborda outras rotas em voos code-share da nossa companhia. A nossa política de bagagem é de duas malas de até 23 kg. Nos code-shares com outras companhias que estão restringindo as cotas de bagagem na Europa, em princípio respeita-se o que está no bilhete.

Quais os benefícios que oferece a TAM ao passageiro em seus voos, por exemplo quanto a atendimento, alimentação, malas...

O tema das malas é importante para determinado tipo de segmento de tráfego como o étnico, mas nem tanto para o passageiro de lazer ou a negócios. A nossa função comercial principal é o Business e o nosso tráfego principal está no segmento executivo, mas poderia me arriscar afirmando que a TAM é a única companhia que sempre deu boas condições aos operadores de turismo. Sabemos que o mercado não está correspondendo muito a isso, mas mantemos a nossa posição diante dos operadores de turismo como parceiros, apostando muito no turismo de lazer também. Os nossos aviões são modernos e os serviços de malas e de alimentação são os usuais no mercado, ainda que tenhamos três opções de cardápio na classe econômica, quando a média é de dois. No entanto o nosso diferencial é o fator humano. O atendimento a bordo e em terra é definitivamente diferente ao de outras companhias. O espírito de serviço dos nossos colaboradores é que faz a diferença.

Para o multi-destino dos brasileiros que viajam à Europa, há cinco pontos no continente nos quais são atendidos pela TAM em português. Por exemplo, podem entrar por Madri e sair por Frankfurt, ou entrar por Paris e sair por Londres ou Milão.

Um dos grandes desafios no Brasil como país é a melhora do estado e do funcionamento dos terminais aéreos. Houve um forte crescimento do tráfego nos últimos anos e o potencial é ainda maior para o futuro. Atualmente há um fluxo de passageiros nos aeroportos brasileiros de cerca de 50 milhões de pessoas, mas as estimativas para 2014 ou 2016 são de 100 milhões, o que implica na necessidade de grandes mudanças.

Para esses anos estamos formando o pessoal que vai trabalhar num evento sem precedentes no Brasil, trabalhando ainda nas tecnologias a serem implementadas para a gestão online, além de outras facilidades.

Quais as últimas iniciativas da TAM no campo da ecologia?

A política ambiental é um tema muito importante para a TAM. A companhia está trabalhando com os fabricantes de motores na procura de combustíveis alternativos. Desde 2009 fazemos parte da SAFUG (Grupo de Usuários de Combustíveis Sustentáveis de Aviação), organização que reúne as companhias aéreas mais importantes que investem na procura de combustíveis menos poluentes.

Por outro lado, a TAM entregou em agosto de 2009 à Direção Geral de Aviação Civil da França o plano de adequação das emissões de CO2 de suas aeronaves nas rotas de Londres, Paris, Madri, Frankfurt e Milão para cumprir os requisitos ambientais da União Europeia.

Além disso, a nossa companhia adotou diferentes medidas ligadas à preservação do meio ambiente, integrando o Pacto Global das Nações Unidas e o Projeto de Divulgação do Carbono (CDP). Precisamente a TAM é membro do CDP desde 2006 onde assumiu o compromisso de informar sobre as medidas de controle de emissões diretas e indiretas.

Continuando com seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, a TAM pensa realizar um voo de demostração, sem passageiros, no segundo semestre de 2010, com uma mistura de biocombustível de aviação que utiliza o óleo do Jatropha Curcas L., uma biomassa vegetal brasileira. Essa vai ser a primeira experiência desse tipo na América Latina. Os estudos mostram que biocombustíveis de aviação produzidos a partir da Jatropha permitem a redução das emissões de carbono entre 65% a 80%, se comparadas com o querosene de aviação, derivado do petróleo.

 

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