José Antonio González, CEO da Iberostar Hotels & Resorts
O atual CEO da Iberostar Hotels & Resorts, com oito anos no cargo, foi anteriormente diretor geral para o Caribe e responsável pela expansão da empresa na região. Em exclusiva para a Caribbean News Digital, José Antonio González explica a situação atual e as perspectivas do Grupo.
Quais são os países com maior presença da Iberostar na América e na Europa?
A Iberostar Hotels & Resorts tem mais de 100 hotéis em 15 países, distribuídos por 4 zonas geográficas: Espanha, Mediterrâneo e Norte da África, Caribe e Brasil.
A Espanha representa cerca da terceira parte da nossa capacidade hoteleira. No Mediterrâneo e Norte da África temos hotéis na Itália, Croácia, Montenegro, Bulgária, Grécia, Chipre, Turquia, Tunísia e Marrocos. Já no Caribe temos uma forte presença na República Dominicana, México, Cuba e Jamaica.
Houve um desaquecimento da atividade no final do verão [do hemisfério norte] segundo as previsões?
Apesar do desaquecimento do segundo semestre de 2008 na Europa esperamos resultados positivos no final do ano pela inércia do início.
O inverno [do hemisfério norte] deve ser melhor o pior do que o anterior?
Isso é uma incógnita porque há muitos fatores que são difíceis de julgar de maneira objetiva. Não há redução no número de hóspedes em novembro e dezembro, mas pode haver no início do ano. Ainda é cedo para saber isso.
A partir dos contratos fechados com as operadoras para 2009 sabemos que vai ser um ano difícil e por isso vamos agir com cautela.
A empresa vai reduzir o programa de reformas nos hotéis?
Não. Vamos manter os planos de reforma e de novos empreendimentos. Continuamos a apostar no aumento das instalações com maior padrão de qualidade.
A Iberostar nomeou recentemente uma responsável de Vendas para a Rússia e os países do Leste Europeu. O que é que esperam desses mercados?
São mercados muito importantes que queremos potenciar porque podem ter uma grande incidência nos nossos estabelecimentos na Turquia, Croácia e Montenegro, entre outros.
Os planos de expansão anunciados incluíam quatro estabelecimentos na América do Sul e Caribe até dezembro de 2008. Quais as características desses mercados-países que impulsionaram essas decisões?
Acabamos de abrir o IBEROSTAR Rose Hall Suites em Montego Bay (Jamaica) e temos mais 3 aberturas previstas em 2008: o IBEROSTAR Praia do Forte (na Bahia) em breve; o IBEROSTAR Grand Hotel Rose Hall - terceiro hotel na Jamaica - em novembro, e em dezembro o IBEROSTAR Grand Hotel Bávaro, em Punta Cana. Esses dois últimos estabelecimentos são da nossa linha de luxo, The Grand Collection.
Tanto na Jamaica quanto na República Dominicana o nosso objetivo é ampliar o nosso portfólio e reforçar o nosso modelo turístico que oferece no mesmo espaço hotéis concebidos para segmentos diferentes com serviços de alta qualidade. Já o Brasil é um destino no qual apostamos fortemente há três anos, voltado para o mercado europeu e brasileiro.
Pensam continuar a expansão em tempos de crise?
Pensamos continuar a expansão internacional. As crises são cíclicas e queremos estar preparados para etapas melhores.
As crises têm componentes negativos que ajudam a ver as ineficiências, a recompor os orçamentos, mas também são uma oportunidade para a promoção e a modernização. A chave é a aposta clara no futuro para a saída da crise e no nosso caso isso se traduz num produto diferenciado.
Pode explicar as características da marca The Grand Collection?
Os hotéis Grand Collection são só para adultos que procurem férias em ambientes exclusivos, elegantes e de relax. Têm suítes com vistas para as melhores praias, piscinas espetaculares, serviço de mordomo 24 horas por dia, magníficos Spa e Wellness, campos de golfe próprios, restaurantes de cozinha local, a la carte e especializados.
Os Grand Collection estão atualmente em Riviera Maya (México), Tenerife (Espanha), Manaus (Brasil) e em Trinidad (Cuba). Os próximos serão o Rose Hall (Jamaica), em Punta Cana (República Dominicana) e em Puerto Vallarta (México).
Muitas empresas pedem ajudas públicas, quais seriam as mais importantes para a Iberostar?
Não pedimos ajudas públicas para o benefício da empresa, mas para os destinos, como Playa de Palma. Um destino que se torna obsoleto deve ser transformado e precisa de promoção.
O que pode comentar sobre o transporte aéreo em tempos de crise?
Devido à grande oferta no mercado as empresas mais ineficientes deverão deixar de funcionar e ficarão as que tenham uma gestão e estruturas eficientes.
Recentemente a Iberostar lançou a iniciativa "21 repórteres". Como foi acolhida pelo público?
O concurso tem em foco aqueles que gostem de viajar e de contar histórias, e a acolhida foi ótima. Agora estamos na fase de apresentação dos aspirantes no site, que está registrando muitas visitas.
A Apple Vacations entregou neste ano o Golden Apple Award aos cinco hotéis do Grupo Iberostar em Riviera Maya, trata-se de uma conquista definitiva ou de um novo ponto de partida?
Os prêmios são sempre uma boa notícia e estamos muito contentes, mas não são uma conquista definitiva. Orientam sobre o rumo e constituem um estímulo para o trabalho e para que continuemos a pensar na qualidade dos nossos produtos.