Juan Alberto Martín Mora, chefe da Unidade de Gestão de Rotas Internacionais da Iberia
Responsável pelos serviços internacionais da Iberia, o nosso entrevistado explica o acordo com a American Airlines, a fusão com a British Airways e os planos de expansão na América Latina e Caribe através de acordos de code-share e de voos diretos após o fim das operações da Air Comet.
Como está funcionando a nova liberdade de associação e de códigos para os Estados Unidos?
Estamos trabalhando em dois grandes processos: o primeiro é o anti-trust com a American Airlines e com a British Airways para o Atlântico Norte, que inclui San Juan, México, Canadá e os Estados Unidos, o que vai permitir que tenhamos uma maior distribuição no Caribe a partir de acordos de code-share com American Airlines nas conexões de Miami e de San Juan, Porto Rrico.
Essas operações estão ligadas à fusão com a British Airways?
Não, é um processo anterior à fusão com a British Airways que avança adequadamente, mas o desenvolvimento na América Latina é estratégico para a Ibéria. Há muitos anos que investimos nesse projeto e vamos intensificar os nossos esforços na região.
Vão assinar algum acordo com a British Airways para as rotas na América Latina?
Por enquanto o anti-trust com a American Airlines e com a British Airways é unicamente para as rotas do Atlântico Norte. No futuro, com a fusão, haverá muitos temas a serem discutidos com a British Airways porque Madri vai ser a porta de entrada do Reino Unido para a América Latina e aí a posição da Iberia é fundamental.
Como vai beneficiar esse code-share as ilhas do Caribe que têm conexões através da American Airlines com Miami, Porto Rico ou República Dominicana?
Primeiramente aumenta a rede de destinos, o que significa mais possibilidades para os clientes. Amplia-se a atuação da Iberia no Caribe, que até agora era limitada. No longo prazo isso significa mais passageiros e novas oportunidades e ofertas de voos para a América Latina.
Isso significa que as ilhas do Caribe que hoje não recebem visitantes espanhóis poderiam recebê-los a partir desse código?
Isso é um objetivo fundamental. Uma vez que a Iberia tenha um code-share e assim operações nas ilhas do Caribe, o que deve acontecer depois é um aumento do tráfego, com mais visitantes espanhóis viajando para o Caribe e mais caribenhos para a Europa, e devemos lembrar que a Iberia chega à Europa toda e a muitos destinos da Africa e do Oriente Médio.
Qual a influência na Iberia do fim das operações da Air Comet?
Isso abriu oportunidades para a concorrência e no caso da Iberia, a empresa já anunciou o aumento dos voos para a América Latina. De fato já estamos operando o segundo voo diário par Lima, o terceiro voo diário para Buenos Aires, o segundo voo diário para Bogotá e estamos aumentando bastante a capacidade para Cuba, com aeronaves A340-600.
No caso da América Central estamos revisando o programa de voos para consolidarmos uma operação mais global nos próximos meses.
Mas nesse tempo poderia haver acordos com outras companhias como a Air Europa...
Sabemos que as outras companhias também têm interesses, mas a Iberia vai estar aí. Queremos que seja a primeira opção para os países da América Latina.
Alguma novidade para esse ano?
No início do ano lançamos o novo produto da classe Business Plus nos voos de longo curso da Iberia, com assentos reclináveis 80 graus e um novo serviço gastronômico, com muita aceitação.
Nos voos de curta e média distância as novidades incluem novas opções na procura de assentos e preço, e outros atributos ligados ao voo.
Por outro lado nos próximos meses a Iberia vai anunciar novas operações para destinos de média e de longa distância que vão ser muito interessantes para os nossos clientes.
Qual pode ser a influência da fusão Iberia-British Airways em pessoas que estão em postos como o seu?
Por enquanto a fusão é a nível de holding. As duas companhias vão continuar operando de maneira diferenciada e cada uma na sua malha principal, mas com uma complementaridade muito favorável para as duas. Agora é isso.