Luis Valverde, gerente de Vendas Internacionais da Vision Cruisers

30 de Outubro de 2008 6:38am
godking

Mais de 30 anos em empreendimentos turísticos dão ao nosso entrevistado uma visão do setor que aproveita desde 2008 na Vision Cruises, empresa que está lançando um novo cruzeiro no Caribe. Trata-se de visitas a Cuba, país que não recebe navios das principais companhias internacionais, devido às leis dos Estados Unidos.

O senhor poderia explicar as características principais da Vision Cruisers?

A Vision Cruisers é uma empresa espanhola com navios de 270, 300 ou 400 cabines. São navios de médio porte que permitem oferecer serviços de maior qualidade.

Nos nossos navios podemos até conhecer os nomes dos nossos clientes, o que é impossível quando há três mil passageiros. Além disso, é preciso menos tempo de embarque e desembarque nas escalas e menos ônibus para a movimentação dos clientes.

Isso permite ainda contratos de cruzeiros tematizados com empresas que organizam congressos ou incentivos.

Temos cruzeiros no Mediterrâneo de 7, 9 ou 13 noites. O mais extenso chega à Turquia. Para o final do ano temos o Natal e Reveillon no Atlântico que começa e termina em Málaga e vai para a Madeira, Ilhas Canárias e Marrocos. As festas e os fogos de artifício do Reveillon no porto do Funchal são uma grande atração para os passageiros.

E sobre o novo projeto no Caribe?

É o "Tesouros de Cuba e México", no Vision Star, de 348 cabines, que vai começar no mês de março e pensamos manter o ano todo com escalas em Havana e Puerto Progreso, em Yucatan. O cruzeiro começa aos sábados a partir de 21 de março com embarque em Havana às 23 h previsto para os clientes provenientes de Madri.

O desembarque em Puerto Progresso é na segunda-feira de manhã, com excursões previstas para a zona arqueológica da cultura maia em Yucatan como Chichén-Itzá e Uxmal, e ali embarcam os clientes mexicanos com destino a Cozumel, Grand Cayman, Ilha da Juventude e Havana.

A noite de sexta feira em Havana permite conhecer a cidade e seus lugares emblemáticos com mais tempo.

Muitas companhias não podem desembarcar em Cuba devido à lei Helms-Burton, mas a nossa companhia não tem capitais americanos.

Temos contato com operadores do México, Chile, Argentina, Colômbia e Venezuela, bem como do Canadá, um dos grandes emissores para Cuba e o Caribe. Também na Europa temos contatado outros mercados como o italiano, o português, o holandês e o alemão para a venda do produto.

Esse cruzeiro do Caribe inclui a passagem aérea para/de Havana?

O nosso produto é o cruzeiro que começa e termina em Havana, mas os clientes da Espanha que não tenham a parte aérea contratada com o operador podem contratá-la com a gente porque temos assentos em companhias que voam para Cuba e México. Também temos opções em hotéis de Havana, Varadero, Cancun e Riviera Maya para estadias adicionais.

Como não temos interesse de lucro na parte aérea, acho que com a gente o cliente pode ter melhores preços para o bilhete.

Esse navio no Caribe é uma estratégia de diversificação de mercados nesta época de crise?

Lógico, más não apenas da Vision. Há outras companhias com navios em diversos lugares e novos produtos como cruzeiros fluviais.

Qual o comportamento das operações no Mediterrâneo e no Atlântico?

Com dificuldades, sobretudo nesses últimos meses do ano, mas sem cancelamentos.

Como evoluiu o produto Cruzeiros nos últimos anos?

Há alguns anos era um produto bastante exclusivo, mas hoje há muitos tipos de clientes. Cada companhia deve procurar seu segmento de mercado e no nosso caso queremos evitar o turismo de massas.

O cruzeiro do Caribe é precisamente isso porque Havana significa muito para os clientes espanhóis. É uma cidade com muita história; muitos espanhóis têm parentes ali. O México também tem essas características. Pensamos ter bastantes clientes mexicanos, pois eles não precisam de visto para viajarem a Cuba.

E quanto à relação qualidade-preço?

Os nossos preços não podem ser nem muito altos - porque ficaríamos fora do mercado - nem muito reduzidos. A diária da cabine mais econômica, interior, em regime de pensão completa é de 153 euros em média, que é razoável.

Novos projetos?

Estamos pensando em novas opções no Mediterrâneo como escalas na Líbia. O "Tesouros da Grécia" sai de Barcelona e vai à Tunísia e Trípoli, sendo uma novidade para 2009.

Estão otimistas para o futuro apesar da situação econômica atual?

Sabemos que a situação atual é difícil, mas confiamos nos nossos produtos pela qualidade e pelo serviço nos nossos navios e porque há mercados para estas novas operações.

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