Manuel Heredia, Ministro do Turismo de Belize

27 de Dezembro de 2010 11:01am
Manuel Heredia, Ministro do Turismo de Belize

Na recente WTM em Londres, Belize participou do estande conjunto da América Central e CATA, depois de dois anos afastado desse grupo. “Estivemos ausentes dois anos e voltamos há alguns meses. Pensamos ficar ativos no futuro”, disse à Caribbean News Digital o ministro do Turismo, que explica aos nossos leitores os planos de marketing, de crescimento turístico e de desenvolvimento da infra-estrutura no país.

Que visão podem dar o senhor e seu país ao conjunto dos países centro-americanos e ao exterior, sendo o único país de língua inglesa do grupo?

- Primeiramente, gostaria de destacar que estou muito feliz de fazer parte deste grupo e da grande amizade que une os ministros da América Central. Já não vemos somente o negócio, o marketing, mas também as boas relações entre os países da região.

O fato de ser um país de língua inglesa faz com que Belize seja um destino singular na América Central, diferente e muito importante. Belize tem um produto turístico: além de falar inglês, tem uma oferta muito diversa. Não somos o menor país da região em termos de geografia, mas sim de população, com aproximadamente 350.000 habitantes.
 
Belize tem força no mercado dos Estados Unidos, mas não é assim no da Europa. O senhor acha que a nova integração na CATA pode permitir um melhor posicionamento no mercado europeu?

-Definitivamente. Antes, Estados Unidos eram mais de 170% do nosso mercado turístico. Agora, com a reintegração na CATA, podemos nos beneficiar com os voos da Ibéria ao Salvador, conectando até Belize mediante a TACA; há voos europeus à Guatemala, o que também nos ajuda.

Vão dedicar mais orçamento à promoção na Europa, restando-o ao mercado estadunidense?

- O Ministério do Turismo trabalha com o Escritório do Turismo e temos analisado as alternativas. Pensamos que o mercado europeu é muito importante para Belize, sobretudo na baixa temporada, que é quando o turista europeu viaja à região centro-americana. Pensamos que devemos tomar a iniciativa na América Central e também como país. Acabamos de lançar uma iniciativa para o mercado europeu através de nossa embaixada em Bruxelas; é o primeiro passo de vários que vamos dar proximamente.  

As companhias aéreas que operam em Belize têm acesso a aeroportos de outros países vizinhos?

-Têm. Além disso, devo destacar que Belize trabalha na expansão de seu aeroporto internacional para poder acomodar os vôos europeus; porém, acho mais conveniente atraí-los através de nossos vizinhos centro-americanos no começo.

O senhor pensa que a melhor forma de vender Belize nos mercados internacionais é através do multidestino?

 - Sim. Penso que Belize faz parte de um mercado multidestino e é em si próprio um mercado multidestino, com muito que oferecer ao mundo.

Poderia alcançar acordos e comunicação aérea com outros países, como Cuba, por exemplo?

- Claro que podemos. Temos uma relação muito boa com Cuba. Também pensamos que o Panamá pode ser o eixo do fluxo de turismo europeu e sul-americano para Belize, através da companhia aérea Copa e seu hub na Cidade do Panamá.

Quantos turistas recebem dos Estados Unidos?

- Recebemos anualmente aproximadamente 230.000 turistas, sem somar os que chegam em cruzeiros. Aproximadamente, 70% deles vêm dos Estados Unidos, cerca de 160.000.

Qual é o consumo médio do turista internacional que chega a Belize?

- O visitante que não chega em cruzeiro, mas para hospedar-se e ficar, gasta aproximadamente 200 dólares diários.

Falando em cruzeiros, Belize é um ponto importante de escala dos navios... O senhor poderia explicar a situação nessa área?

- Belize é um dos destinos de cruzeiros mais importantes na América Central. Em 2010 recebemos cerca de 750.000 cruzeiristas, com um incremento de 17% em relação a 2009.

Quantos cruzeiros recebem por dia?

- Quando a temporada é boa, podem ser até 3 e 4  navios em um dia. Na baixa temporada, um navio três vezes por semana.

Existe um ponto que vincula o turismo e que preocupa os ecologistas, o desenvolvimento sustentável de Belize. Como se está planejando o desenvolvimento?  

- Desde o começo temos trabalhado muito forte no tema do turismo sustentável e em breve teremos o plano definitivo nesse sentido. Belize tem sido conhecido sempre na região como um país que se preocupa muito pelo meio ambiente. Os investimentos que são feitos têm que estar em harmonia com o meio ambiente. O país pode ser um modelo no desenvolvimento sustentável.

Como se está planejando o desenvolvimento das infra-estruturas?

- Pessoalmente, como ministro de Turismo e membro do governo, eu penso que as infra-estruturas têm que ser um componente do desenvolvimento. Hoje, qualquer projeto grande que procure se estabelecer em Belize deve incluir no investimento infra-estruturas como estrada, manejo de águas residuais, redes de água potável e moradia para os trabalhadores.

Damos as boas-vindas a qualquer investidor, não somente aos americanos. Ultimamente têm chegado mais canadenses, e também estamos observando a chegada de alguns europeus. Na ilha onde radico, por exemplo, há negociações com uma pequena companhia espanhola para o desenvolvimento em 3 000 acres de terra.

Qual é o apóio aos investidores?

- Belize tem um programa de incentivos às companhias investidoras; por exemplo, as importações para construção de um hotel ou outro projeto são livres de impostos. Os impostos sobre as receitas podem ser de 5-10%, dependendo da quantidade do investimento.

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