María Elena López, vice-ministra para a Comercialização, Comunicação e Relações Internacionais do Ministério do Turismo de Cuba

Os Hotéis de Encanto destinados a um turismo de elite, o cruzeirismo e a nova lei imobiliária para a compra de propriedades turísticas são alguns dos temas tratados nesta entrevista.
Cuba está desenvolvendo o conceito de "Hotéis Encanto" para a expansão de um turismo de élite. Qual tem sido a resposta dos mercados para esses estabelecimentos?
Os hotéis Encanto, pelas características desses estabelecimentos, não podem depender das operadoras. São hotéis pequenos, pensados para pessoas que querem um tratamento sob medida, clientes individuais que planificam a viagem. A comercialização deles é através da Internet, com muita movimentação e, na alta temporada, não são suficientes.
Cuba vai potencializar esse turismo individual de alta gama?
O turismo individual já se estabeleceu em Cuba há vários anos, ainda que tenhamos sido um poco lentos na criação das condições para esse segmento. Há pessoas que procuram na Internet, que conhecem a região ou cidade que querem visitar, que compram o bilhete na web e que vão a um hotel ou a uma casa privada. Uma das dificuldades na alta temporada é o aluguel de carros porque a demanda é muito superior à oferta e isso está ligado ao desenvolvimento do turismo individual.
Cuba é um país com muitas condições para o turismo individual. O país é de fato um multi-destino e a segurança propicia essa modalidade. O turismo individual requer muito mais que um hotel. Há turistas de alto poder aquisitivo que não gostam de ir a um hotel, mas a casas, conhecer os cubanos e a vida do país, e para isso a segurança é fundamental.
Qual a política cubana quanto ao turismo de cruzeiros?
Cuba mantém a mesma política de proteção ao meio ambiente e às operadoras. Queremos um cruzeirismo que não seja depredador dos clientes. Para nós as operações de cruzeiros têm duas dimensões: como outra possibilidade de conhecer Cuba e como um atrativo para os clientes que estão em Cuba. Normalmente essas operações de cruzeiros estão relacionadas com operações aéreas que as alimentam. Há clientes que fazem uma prolongação da estadia em terra após a viagem de cruzeiro e outros que depois da sua estadia em terra fazem uma prolongação do cruzeiro. É uma combinação.
Poderia nos comentar sobre o golfe e as propriedades que será possível comprar no futuro a partir da nova lei imobiliária?
Depois da aprovação da lei imobiliária para o turismo continua o trabalho nos complementos legais para sua aplicação. Pelo alcance que tem requer um processo complexo de complementação legal e estamos trabalhando nisso.
Mas vão construir os campos de golfe...
Vamos, sim. Continuamos com o tema das empresas mistas, da construção dos campos e da complementação legal que a lei requer.