Mario Salinas Paso, ministro do Turismo da Nicarágua

16 de Março de 2009 4:24pm
godking

Na última edição da Fitur, a Nicarágua anunciou a isenção de visto para os turistas de todos os países do mundo, uma medida que vai contribuir para manter ou incrementar o crescimento turístico de 2008 que foi de 7,1%. Disso, dos novos produtos turísticos desenvolvidos no seu país e do multi-destino na América Central, Mario Salinas, que também é diretor do Instituto Nicaraguense de Turismo, fala nesta entrevista para os leitores da Caribbean News Digital.

O senhor poderia explicar os objetivos da Nicarágua na Fitur?

A cada ano participamos na Fitur tentando apresentar algumas novidades e melhorar o posicionamento da Nicarágua no mercado europeu, principalmente no mercado espanhol.

Nesta ocasião anunciamos que em 23 de janeiro passado, o presidente da Nicarágua, o comandante Daniel Ortega, assinou o decreto que elimina o visto para os cidadãos de todos os países do mundo. Assim, a Nicarágua é a partir de agora um país aberto. É só pegar um avião e chegar ao nosso território.

Estamos trabalhando ainda com muita força na desburocratização da aprovação dos investimentos e das novas empresas no nosso país.

A média do crescimento turístico nos últimos anos foi de 10%. Em 2008 foi de 7,1% pelo efeito da crise mundial, mas mesmo assim estamos satisfeitos ao verificarmos a queda dramática do turismo em outros países. Neste momento estamos recebendo um milhão de visitantes como turistas ou excursionistas.

Poderia mencionar os novos produtos em desenvolvimento?

Estamos desenvolvendo com muito entusiasmo o Roteiro da Água ao longo do rio San Juan, que une o lago Nicarágua - o décimo maior do mundo - com o mar do Caribe.

Terminamos o primeiro aeroporto na cidade de San Carlos, perto do lago, e estamos construindo o segundo aeroporto no outro extremo, ou seja, no litoral do Caribe, além de criarmos condições nas passagens fronteiriças para que os cidadãos da Costa Rica e os turistas que chegam ali possam entrar facilmente na Nicarágua e apreciar a beleza do rio San Juan.

Temos ainda o Roteiro dos Vulcões e as cidades coloniais centro-americanas, além do Roteiro do Café e o de Sandino, que está no norte do país. Naquela região foram melhorados cerca de 45 locais turísticos. Um deles é o cânyon do Somoto, com um rio navegável e belezas naturais extraordinárias.

A cidade de Granada, a mais antiga do continente, melhora suas condições de alojamento em prédios históricos. Perto de Granada há 300 ilhas, no lago Nicarágua, com alojamentos, restaurantes e bares. Recuperamos La Pólvora, um depósito de armas construído em 1658 pelo governador espanhol, que estava totalmente abandonado.

Quais os principais países emissores da Europa para a Nicarágua?

Recebemos 60% de turistas centro-americanos, em segundo lugar o turismo norte-americano e depois o europeu, com 20% proveniente da Espanha.

Estamos tentando melhorar as conexões aéreas com a Iberia e com outras transportadoras interessadas nos voos para o nosso país.

Há possibilidades de crescimento dos investimentos da hotelaria espanhola na Nicarágua?

O Grupo Barceló tem os hotéis Montelimar, de sol e praia, com 240 apartamentos, e o Barceló Managua, com 150. O governo assinou um acordo com o Grupo Barceló para o aumento dos investimentos, mas há outras redes espanholas interessadas, e estamos em negociações com elas.

Qual a sua apreciação dos resultados de 2008 em relação a 2007?

O crescimento de 2007 foi de 5,8% e o de 2008 de 7,1%. É a média do turismo regional, o que é uma grande satisfação porque outros países centro-americanos desenvolveram mais o turismo. Agora a Nicarágua está diminuindo a diferença para que a América Central tenha uma oferta turística equilibrada que permita o conhecimento de dois ou três destinos.

Assim, o europeu pode chegar à América Central e visitar El Salvador, Nicarágua e Costa Rica ou a Nicarágua, Honduras e Costa Rica, precorrendo roteiros de cidades coloniais, vulcões, ilhas no lago Nicarágua, praias e ilhas no Caribe e as ruínas maias da cidade de Copan.

Isso é que é o multi-destino, mas, há possibilidades de venda para operadoras e agencias de viagens?

Com certeza. Na Nicarágua há operadoras que estão vendendo ofertas de multi-destino. São aproximadamente cinco. É pouco, mas é o início. No mês de abril vamos realizar em Manágua a reunião centro-americana de operadores de turismo, para que os operadores da América Central possam formatar pacotes multi-destinos e oferecê-los nas feiras internacionais da Europa e Estados Unidos.

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