Nacionalidade equatoriana será salvo-conduto para baleias
As baleias juvarte que chegarão neste ano às costas do Equador para sua reprodução obterão a "nacionalidade equatoriana" como proteção contra a caça "com fins científicos".
"Os cetáceos percorrem cerca de 7.000 km até Puerto Lopez, localidade equatoriana de pescadores, onde de julho a setembro ocorre a reprodução", disse Cristina Castro, diretora de Pesquisas da Pacific Whale Foundation.
"No Equador temos uma das zonas de reprodução menos conhecidas no mundo. Em dez anos de pesquisas, temos identificado com nome cerca de mil cetáceos, de 4.000 exemplares possíveis. Não há duas baleias iguais", afirma Castro.
A partir deste ano, as baleias obterão uma espécie de "carteira de identidade equatoriana" que lhes permitirá viajar pela Antártida sem que sejam caçadas pelos japoneses "com objetivos científicos", diz a especialista.
O Japão pediu na última reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI), a derrogação da moratória de proteção dos cetáceos, em vigor desde 1986.
A moratória autoriza a caça "científica" segundo cotas precisas. O Japão é criticado por grupos ambientalistas que acusam o país de matar cerca de 1.000 baleias por ano no âmbito de seu programa científico.
Segundo o Ministério do Turismo, a observação de baleias movimentou cerca de US$ 3,8 milhões, favorecendo restaurantes, hotéis e guias de Puerto Lopez.