Rafael González Vázquez, vice-presidente do Conselho Nacional das Artes Plásticas, Cuba
Cerca de 200 artistas, principalmente da América Latina, Caribe e África, apresentarão suas obras na 10a Bienal de Havana - a terceira mais antiga do mundo depois das de Veneza e São Paulo -, de 27 de março a 30 de abril. A Bienal de Havana se afasta das regras do mercado e seleciona os artistas participantes entre os menos favorecidos e cuja obra é uma defesa da identidade cultural.
Tem a próxima edição da Bienal um tema específico?
O tema central deste ano é a integração e a resistência na era global. Além disso foi convocada no âmbito das comemorações do 50o aniversário da Revolução Cubana e do 25o aniversário da sua fundação, sendo uma edição de homenagem a alguns artistas latino-americanos pela sua contribuição à arte da região, como León Ferrari, Fernell Franco, Antonio Ole, Sue Williamson, Wifredo Lam, Raúl Martínez e o amigo espanhol Antonio Zaya.
Onde vão ser expostas as obras?
Nos espaços habituais de exposição, em praças, centros culturais e prédios históricos de Havana Velha, mas as fortalezas de San Carlos de la Cabaña e dos Tres Reyes del Morro continuam sendo os espaços fundamentais.
Podemos afirmar que em abril Havana é um destino especial para quem gosta das artes plásticas...
Estamos trabalhando com o Turismo para que a Bienal e as exposições de arte sejam divulgadas. Muitos afirmam que Havana é sempre uma bienal devido à quantidade de eventos de artes plásticas durante o ano todo.
Os espaços de promoção e debate aumentam a cada ano e é um desafio para os promotores conseguir inseri-los na lista de atrações turísticas da cidade. Pretendemos que as agências de viagens e de receptivo incluam em seus programas as visitas às galerias e salas de exposições, e encontros com os artistas nos ateliês, muitos deles no centro histórico de Havana. Nesse sentido temos uma parceria com o Grupo Excelencias para a promoção dos nossos artistas.
Poderia avançar alguns dos nomes de artistas e projetos da próxima edição da Bienal?
Os participantes foram escolhidos depois de três anos de trabalho e pesquisa dos nossos curadores. Aproximadamente 150 artistas estrangeiros vindos de 50 países estarão na Bienal. De Cuba, principalmente artistas jovens como Kcho, Ángel Alonso, Abel Barroso, Douglas Pérez, Reinerio Tamayo e Eulises Niebla, Glenda León, Luis Gómez , Alexandre Arrechea, Inti Hernández, Juan Carlos Rodríguez, Yoan Capote, Alexander Beatón Galano, Nelson Ramírez de Arellano y Luidmila Velazco, Raúl Estrada Aguilar, Fernando Rodríguez, Ricardo Elías, José Angel Toirac, Meira Marrero, Wilfredo Prieto, Lissette Castillo, Felipe Dulzaides, Roberto Gottardi e Humbertico Diaz.
Apenas expõem os artistas selecionados?
Não. Há um programa de exposições colaterais de artistas jovens da capital e do interior. Cuba é um país que produz muitos artistas plásticos, o que é resultado dos programas de ensino artístico.