Rubén Ricardo Sosa, Sub Secretário de Turismo de Santiago do Estero (Argentina) na cidade de Termas de Rio Fundo, conversa com CND durante a Feira Termatalia 2014

Quando nasceu Santiago do Estero?
—Fundou-se em 25 de julho de 1553, faz 461 anos. Pelo espanhol Francisco de Aguirre. A partir de ali saíram correntes colonizadoras que fundaram outras 14 províncias da Argentina
Que importância tem Santiago do Estero na República Argentina?
—Ser a cidade com mais história de Argentina outorga-lhe uma importância maiúscula, ao extremo de que a actual presidenta, Cristina de Kirchner, sugeriu transladar a Capital do país a esta cidade.
Qual é a característica mais importante de sua cidade?
—O rico patrimônio histórico. Aqui é onde nasceu à Argentina, ademais, teve a primeira sede *episcopal, na catedral Basílica que é um atrativo turístico.
Santiago do Estero é reconhecida como o berço do folclore, a Capital Nacional da chacarera, que é um dos ritmos característicos da cidade, junto ao tango na Argentina. Logicamente que a partir de sua fundação, começam as correntes criativas da tradição, a cultura, a gastronomia.
Qual é a gastronomia de Santiago?
—É reconhecida na gastronomia regional, não somente por suas ricas empanadas, seus chivitos à estaca ou, no caso de aqui, em Termas de Rio Fundo, a 60 quilômetros da capital, pelo dourado à grelha, senão, ademais, pela cultura que transmitem os santiagueros, por essa amabilidade e o calor que transmitem.
Santiago do Estero tem uma paisagem cultural impressionante, quiçá o mais rico da República Argentina. Nós dizemos sempre que Santiago do Estero fica dentro da pessoa que vem a visitar. Hoje aqui, em Termas de Rio Fundo, estão a desfrutar de uma cidade termal, que é característica e que também tem uma rica história e é um complemento do que é Santiago do Estero. Quiçá Termas de Rio Fundo como cidade tenha mais atraentes turísticos, tem uma potencialidade turística bem mais importante, pelas águas termais que são um atrativo natural, mas se nós observamos a Santiago do Estero como histórico, nos vamos dar conta que desde faz 461 anos nós somos o nascimento da República Argentina.
Acha você que seria bonito realizar uma reunião dos prefeitos, dos secretários de turismo, das cidades chamadas Santiago em todo Iberoamérica?
—De fato, o que vamos fazer em três dias é uma iniciativa que partiu com a gente que organiza Termatalia na Espanha e quem estamos em Santiago do Estero. Vamos ter um capítulo extraordinário da “Ordem do Caminho de Santiago”, de Santiago de Compostela, já temos o espírito de unir a todos os Santiago do mundo. Hoje estamos a falar com você, com Santiago de Cuba, e ratificamos esse espírito de união, de confraternidade e, por que não, de uma estratégia turística também para potenciar todos os Santiago de todo mundo. Chama-se ação cooperada, para a que tanto Cuba, Espanha, Argentina e Santiago de Quito, trabalhemos de forma conjunta e continuemos potenciando estes destinos.
EM TERMAS DE RIO FUNDO CONVIVEM O RELAX E A ADRENALINA
Termatalia porá a Termas de Rio Fundo na ordem mundial?
—Humildemente dizemo-lo: estamos totalmente seguros de que Termatalia é uma ponte de negócios, de promoção, de concreções turísticas para toda a cidadania de Termas, para o setor privado, sobretudo. Devemos ter em conta que Termas de Rio Fundo fica entre as cinco cidades argentinas com maior capacidade hoteleira, mais de 12 mil praças. Aqui há para perto de 200 hotéis, então, que melhor oportunidade para que quem morasse na cidade, quem trabalha na cidade, quem é proprietário de um comércio possa aproveitar este evento.
Para nós, Termatalia é mais que interessante, para Termas de Rio Fundo é um ponto de inflexão quanto à carteira de negócios, à chegada de 27 países com destinos termais, mais de 25 destinos termais da Argentina, que se concentrem todos aqui, em Termas de Rio Fundo.
Outro lugar importante na cidade é o autódromo, onde se realiza o grande prêmio de motociclismo. Desde quando está aberto o autódromo?
—Realmente é interessante, porque há uma distância entre o que é o relax que transmitem as águas termais e hoje o turista tem também a possibilidade de sentir a adrenalina da velocidade. O Autódromo de Termas foi inaugurado em 2008, com uma categoria nacional. Hoje, após seis anos, somos partícipes de outra ação histórica: em abril tivemos uma carreira do campeonato de Moto GP, após uma reforma que se lhe realizou ao autódromo, mas não somente isto, porque analisando no ano de trabalho, desde abril até abril, vamos ter cinco eventos mundiais: Moto GP, em agosto a concorrência mundial WTCC, de autos de turismo, uma das três categorias que organiza a Federação Internacional de Automobilismo, temos Termatalia, logo o 15 de janeiro chegará o Dakar e pela primeira vez o Dakar terá como base um autódromo e pela primeira vez o Dakar vai ter a possibilidade de receber a turistas que vejam desde uma vista aérea todo o acampamento, já que existe uma ponte aérea que permite isto.
Estamos a fechar a concreção para que em março volte a WTCC e em abril já temos confirmado o Grande Prêmio de Moto GP. Cinco eventos mundiais que não só recebem a pessoas de todo mundo, senão o mais importante disto é a replicação mediática global que tem o Moto GP. Por exemplo, o Moto GP deste ano gerou mais de 32 mil notícias só em América Latina, mais de 8000 notícias em árabe, mais de 6000 em chinês, mais de 15 mil notícias em inglês. Este é o valor qualitativo de tudo isto.
Qual seria o valor quantitativo?
—Para além da quantidade de pessoas que vingam ou que tenham vindo, o importante disto é a menção do destino fora da Argentina. Que o mencionem em Cuba, no Equador, no mundo árabe, em Abu Dabi, na China, na Coréia é muito valioso.
Por exemplo, os 150 holandeses que vêm ao Dakar conheceram Termas de Rio Fundo através dos meios de comunicação, porque o viram através de Moto GP, se interessaram pelo destino, a infraestrutura e decidiram vir. Este é tão só um exemplo, um símbolo do que é hoje Termas de Rio Fundo em nível internacional.
Em nível gastronômico e de serviços, que virtudes tem Termas de Rio Fundo?
—Realmente em nível gastronômico, Termas de Rio Fundo é uma das mais solicitadas do norte argentino. Se você está aqui não podes deixar de provar as empanadas santiagueras, o dourado à grelha, o cabrito à estaca ou comer um asado crioulo fato por mãos de Termas de Rio Fundo. A gastronomia é o mais destacado, o sabor, sentir como o cozinham, como se vive essa gastronomia na cidade. Isto não vem de agora, vem de décadas atrás, se diz que o Império Inca tinha seu limite sul aqui, em Termas de Rio Fundo.
Chegou o quichua cá?
—Exatamente. Santiago do Estero é uma das poucas províncias do norte argentino que mantém uma grande quantidade de quichua falantes. Por isso digo que é tão importante a história. Os incas, já desde essa época, vinham a desfrutar das águas e deixaram muitos ensinos. À margem da gastronomia, Termas de Rio Fundo é uma das cidades que mais destaca por sua cestería, pelo trabalho da fibra vegetal, que se extrai do lago ou do rio. Esse ensino deixou-a o Império *Inca, a mudança de que os indígenas que viviam aqui cuidassem o limite sul.
Por que razão Termas de Rio Fundo tem tantas fábricas de alfajores?
—As fábricas de alfajores representam o segundo rendimento econômico da cidade. Especializaram-se quem vivem na cidade. Hoje há uma forma singular de fazer o alfajor que é uma consequência dessas delícias santiagueras e que foram ensinos de seus antepassados. O alfajor que hoje se fabrica em Termas de *Rio Fundo teve sua origem há muitíssimos anos, com o que se chama hoje o alfajor santiagueño. Uma forma muito singular de unir elementos como o doce de leite, com farinha, com açúcar e lhe dar esse sabor especial. As fábricas de alfajor têm progredido muitíssimo e são deliciosos, mas também há gente que, em suas casas, em seus negócios particulares, realizam este tipo de gastronomia, como a omelete, o moroncito, o chipaco, o alfajor santiaguero, doces fitos com vegetais, realmente é amplo o que temos, por isso estamos tão contentes porque vocês tenham vindo, para lhes mostrar todo o que temos.
Os doces da província Catamarta são mais famosos que os doces de qualquer outra parte. Mas também me dizem que aqui, em Santiago, há doces criados com frutas locais.
—Aqui em Santiago de Estero temos muitos doces regionais, como o bolanchao, o zapallo em calda, o de batatas, teriam que o provar para que saibam o que se sente uma delícia. Não digo que seja o melhor do mundo, mas sim é muito singular. Tem um sabor muito particular.