Salomón Shamah, Ministro do Turismo do Panamá

08 de Fevereiro de 2011 1:02pm
Salomón Shamah, Ministro do Turismo do Panamá

O Ministério do Turismo do Panamá renova suas campanhas de publicidade para a Europa com novas ideias e estratégias. Sobre seus resultados e o desenvolvimento das infraestruturas da capital, fala em exclusiva para a Caribbean News Digital o ministro Shamah.

Poderia explicar as novas formas de comunicação publicitária do Panamá através de um automóvel?

-A ideia do automóvel para promover a marca turística do Panamá na Europa saiu da agência de publicidade BByM. Apresentaram-nos o projeto e nos disseram que se colocássemos o logo do Panamá no carro, segundo a posição que ocupasse no campeonato europeu durante o ano, teríamos mais cobertura e obteríamos não menos de dois milhões de euros, comparados com os 500.000 dólares que íamos dar para o patrocínio.

O resultado foi que este carro da Ferrari, com seu piloto Goldstein, ficou subcampeão na Europa. A Ferrari nos enviou uma comunicação informando que obtivemos 13.8 milhões de euros de cobertura. Não é somente um sucesso econômico porque é possível que o público de classe alta pense nesse país como destino turístico.

Conseguiram os objetivos desta promoção?

-Conseguimos, porque mostramos uma coisa diferente que ninguém estava fazendo na América Central. Conseguimos mostrar nossas cores, nossa borboleta, mostrar velocidade e ação, que somos um país dinâmico.  Ninguém estava fazendo isso, parecia prometedor, o investimento ia voltar de qualquer forma e saiu muito bem. Por isso, neste ano assinamos com a mesma escudaria, mas com o novo Ferrari, que ainda não está no mercado.

    
Na FITUR, a presença do Panamá foi bem importante. Poderia falar dos resultados obtidos?

-Em momentos de crise há pessoas, empresas e países que crescem, e nós temos trabalhado com essa filosofia. Tivemos um estande maior e pusemos nossa alegria toda e um desenho muito atrativo, completamente aberto, sem paredes nem fronteiras. Um estande construído com base de cor preta brilhante que contrastava com os estandes do pavilhão todo. Além disso, trouxemos nossa cultura, como sempre fazemos, nossas etnias, nossa música, mas também combinadas com o carro que ficou subcampeão da Europa montado no estande. Com a Pullmantur fizemos a parte da festa que foi um sucesso nesta feira. Demos-lhes o espaço e eles criaram uma imitação da coberta e ali fizeram um “all-inclusive”: comida, bebida, música, dança e o público fazia fila para subir.  A ideia foi bem importante em termos de promoção.

O Panamá tem considerado que convidar parceiros promocionais, como a Pulmantur neste caso, pode ser um elemento positivo não só para este, mas também para outros eventos?

-Na minha opinião, para criar marcas é preciso ter grandes marcas como parceiros. Se marcas como a Pullmantur, Ferrari, Vivatours, Ibéria e KLM participam do estande, as pessoas que não sentam familiaridade com o Panamá e sim com estas marcas, vão se sentir melhor viajando ao nosso país porque sentem que a Europa está também no Panamá.

Vão pôr em prática esta ideia em outras feiras na Europa?

-Sempre que estivermos construindo marcas e tivermos alianças estratégicas com os operadores, patrocinadores, seja quem for, essas companhias e essas marcas vão estar no nosso estande. Acredite, marca faz marca.

A Autoridade Turística do Panamá decidiu entrar no mercado russo. Quais os resultados da visita do Panamá à Rússia em 2010?

-Anteriormente não tínhamos entrado nesse mercado, mas com o novo governo e o novo ministério, começamos a trabalhar bem forte nesse sentido e o resultado é que a Rússia é um dos países que mais temos visitado. No ano passado viajamos três vezes, às três feiras mais importantes, incluindo a MITT, a Leisure de Moscou e São Petersburgo. Neste ano vamos voltar, mas estamos mudando primeiro de posição, tomando um estande maior e já estamos marcando encontros com mais operadores. É preciso planejar o futuro, semear hoje para colher amanhã. O governo tem uma política de abertura de fronteiras; é provável que uma das coisas que aconteçam daqui a pouco é que os russos não precisem de visto para entrar no Panamá, levando em consideração que aqui temos uma comunidade russa importante, o que vai gerar um fluxo que somente precisará ter conectividade. Também queremos promover outros destinos do Caribe, como Cuba ou a República Dominicana. Já começaram a chegar grupos que tínhamos conveniado em 2010, e a logística de trazer esses grupos ao Panamá vai ser mais simples, porque vamos eliminar a barreira do visto, e pensamos que neste ano de 2011, quando o visto for eliminado, o aporte dos turistas russos à economia panamenha vai crescer muito.

Que acordos turísticos estão sendo negociados entre o Panamá e a Espanha?

-Graças à abertura dos voos diretos da Iberia Madri-Panamá, fizemos uma negociação com a Vivatours, que é um dos braços operacionais mais importantes da Iberia. Com eles estamos fazendo um acordo de cooperação de marketing para a promoção na Espanha e na Europa. Com isso vamos ajudar na venda de assentos - é bom dizer que o voo está bem lotado -, mas também para tentar conseguir mais frequências. Tivemos uma reunião muito importante com eles e vão abrir um escritório no Panamá que será um Hub de conectividade para El Corte Inglés e para outras empresas.

Como está trabalhando este governo para melhorar e modernizar as infraestruturas da cidade, pelo que receberam há pouco o Prêmio Excelências de desenvolvimento urbanístico?

-Primeiro foram os táxis, que foram pintados todos de amarelo, uma decisão que ninguém queria tomar porque tinha um custo político alto, mas foi tomada; a cidade tem outro rosto, estamos eliminando pouco a pouco os “diabos vermelhos”, que é um sistema de ônibus anacrônico e perigoso de transporte público, e estamos introduzindo o Metrobus, um sistema moderno, seguro e confiável, que começou a operar em dezembro. Já em agosto deste ano vão desaparecer da capital todos os “diabos vermelhos”. Também estamos construindo o metrô na cidade do Panamá e muitas ruas no interior do país que estão conectando as praias, as montanhas, e, obviamente, a expansão do Canal, que é também um atrativo turístico para as pessoas que quiserem ver essa obra titânica.

Por que pintaram todos os carros de amarelo?

-Porque o Panamá é uma cidade bem metropolitana, que tem um “skyline” bem novaiorkino, e queríamos usar a mesma cor dos táxis de Nova York, Miami ou Washington, para dar-lhes um “feeling” mais familiar; que os turistas se sentissem mais identificados porque lembre que o turista, mesmo quando quiser ir a lugares exóticos, quer sentir segurança.

A Cidade do Panamá tem uma geografia complexa em termos urbanísticos, onde os sinais nas ruas não são bons e o trânsito é quase caótico, entre outras coisas porque os semáforos quase não funcionavam. Em muito pouco tempo houve uma mudança importante. Agora os semáforos funcionam e a cidade vai se normalizando...

-Primeiramente vamos estabelecer vias especiais para o Metrobus, que com as linhas do futuro metrô aliviarão o trânsito. Os semáforos, que agora atuam inteligentemente, vão contribuir também para melhorar a situação. Panamá pode ter todas as vantagens do mundo, mas no noroeste chega ao Canal, e tem que se expandir ao longo dele, o que faz com que a nomenclatura das ruas da cidade seja mais complexa. Nós estamos reorganizando isso para que quem vier nos visitar possa dirigir facilmente, caminhar ou reconhecer endereços e ir aos lugares facilmente.    

Outro elemento importante é que o Panamá está mudando seu rosto porque criamos a nova Autoridade do Asseio, e daqui a dois anos será uma cidade modelo na limpeza e na gestão dos resíduos sólidos. Também criamos a nova Autoridade Nacional de Terras para que exista segurança jurídica e para que o investimento estrangeiro floresça.
 

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