Taxa GDS da Lufthansa ‘sob fogo’ nas análises de Travelport e Amadeus

12 de Outubro de 2015 7:01pm
claudia

“Anti-consumidor” é como Ian Heywood, global head de Produto e Marketing da Travelport, classifica a taxa GDS aplicada desde 1 de Setembro pelas companhias do grupo Lufthansa, enquanto Svend Leirvaag, vice-presidente de Industry Affairs do Amadeus, alerta para um possível ‘conluio’ entre companhias áreas concorrentes para tornar sustentável a aplicação da taxa.

A Travelport gerou “3,9 mil milhões de dólares em vendas de bilhetes para a Lufthansa em 2014” e com uma tarifa média “três vezes superior à tarifa que a companhia aérea aplica em todos os outros canais”, afirmou o Ian Heywood na CAPA Aviation Summit, em Helsínquia.

Dos segmentos comercializados 72% são de fora dos ‘home markets’ da Lufthansa, acrescentou o executivo, para classificar então como “uma loucura” a implementação da taxa de 16 euros sobre as reservas através dos GDS de voos das companhias do Grupo Lufthansa.

“É um gigantesco passo atrás para a indústria, é anti-cliente, é anti-consumidor”, reforçou.

“Eu não acredito que venha a ter sucesso e não sei o que é que a Lufthansa está a tentar alcançar”, acrescentou, para sublinhar que “os consumidores estão a indicar que estão a afastar-se e eu acredito que vão continuar a fazê-lo”.

As consequências nas vendas através dos GDS desta taxa da Lufthansa, baptizada DCC (Distribution Cost Charge), são difíceis de avaliar devido à greve dos pilotos da companhia aérea na segunda semana de Setembro, que, aliás, o grupo alemão considerou ser a razão da quebra do tráfego nesse mês Svend Leirvaag, vice-presidente de Industry Affairs do Amadeus, por sua vez, abordou o tema na perspectiva da regulação, dizendo que “se uma companhia implementa este tipo de taxa num mercado onde é dominante e lhe é permitida usar essa posição dominante é claro que vai ser sustentável nesse mercado”.
“Contudo, para ser sustentável fora [do mercado onde é dominante], essa companhia dependerá de outras em situações semelhantes seguirem o exemplo, de forma a criar um novo nível de taxar os preços no mercado”. Nessa “situação hipotética”, prosseguiu Svend Leirvaag, “dependeria de conluio, dependeria de coordenação, por exemplo, entre companhias aéreas concorrentes”.

“E isto é que é realmente problemático do ponto de vista da regulação da concorrência, e esta é que é a razão pela qual o DOJ [Department of Justice] e outras autoridades da concorrência foram requeridos a avaliar a medida da Lufthansa em todos os mercados”.

(PressTur)

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