Unesco exclui pela primeira vez um sítio do Patrimônio Mundial

29 de Junho de 2007 8:19am
godking

O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, reunido na Nova Zelândia, tomou nesta quinta-feira (28) a decisão sem precedentes de eliminar um sítio da Lista do Patrimônio Mundial, o santuário do órix árabe (em Omã), e acrescentou outros onze.

O santuário do órix árabe, habitat de uma espécie rara de antílope, é o primeiro sítio retirado da Lista desde a entrada em vigor da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, em 1972.

Sua eliminação da Lista foi decidida em função da "decisão de Omã de reduzir em 90% a superfície protegida do sítio, o que destrói o valor universal excepcional que motivou sua inscrição na Lista", argumentou o Comitê.

Restam apenas 65 exemplares do órix árabe, cuja população chegava a 450 em 1996. Dos sobreviventes, há apenas quatro casais férteis, por isso há dúvidas de que a espécie consiga escapar da extinção, se continuar sua caça furtiva e diante da degradação de seu habitat.

Também influiu na eliminação do santuário da lista da Unesco os planos de Omã de realizar prospecções petrolíferas na região, que abriga outras espécies ameaçadas, como a gazela árabe.

O Comitê anunciou paralelo a isso a inscrição de novos sítios: a ponte do grão-vizir Mehmed Sokolovic de Visegrado (Bósnia), o centro histórico da cidade de Bordeaux (França), o Canal Rideau (Canadá), a cidade velha de Corfu (Grécia) e os vinhedos de Lavaux (Suíça).

A Unesco também anunciou a inclusão do Parque Nacional de Teide, no arquipélago espanhol das Canárias, que abriga o estratovulcão Teide-Pico Viejo.

A segunda área natural inscrita são as florestas primárias dos Cárpatos (Eslováquia e Ucrânia), região com uma "inestimável reserva genética".

Um sítio misto, o ecossistema e a paisagem cultural arcaica de Lopé-Okanda (Gabão), também faz parte da nova Lista.

Os locais culturais que passam a integrar a Lista de Patrimônio Mundial são a paisagem cultural e botânica de Richtersveld (África do Sul), Twyfelfontein (Namíbia), uma das maiores concentrações de petróglifos do continente africano, assim como Diaolou e as aldeias de Kaiping (China), e a cidade arqueológica de Samarra (Iraque). Esta última foi inscrita simultaneamente na lista de Patrimônio Mundial em Perigo.

A lista é completada com as minas de prata de Iwami e sua paisagem cultural (Japão), as fortalezas de Nisa (Turcomenistão), conjunto do Forte Vermelho (Índia), que foi o palácio fortificado de Shahjahanabad, a capital nova do quinto imperador mongol da Índia, Shah Jahan (1628-1658), e a Ópera de Sydney (Austrália).

O Comitê também ampliou a área de patrimônio do sítio natural de Jungfrau-Aletsch-Bietschhorn (Suíça) AFP/EFE.

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