Vincent Vanderpool-Wallace, secretário-geral da Organização de Turismo do Caribe

19 de Julho de 2006 12:00am
godking

A Associação de Hoteleiros do Caribe (CHA) e a Associação de Turismo do Caribe (CTO) impulsionam uma aliança que tem entre seus principais objetivos atrair o mercado europeu, tentando que os países do Caribe olhem mais para aquele mercado e abram suas portas aos investidores que terminarão atraindo mais turismo.

Para Vincent Vanderpool-Wallace, secretário-geral da CTO, o Caribe deve ter também um melhor posicionamento na Internet para não ficar fora da concorrência. Caribbean News Digital conversou sobre estes e outros temas durante a CHIC 2006.

Qual a posição atual da CTO e da CHA a respeito do mercado europeu?

Depois da Feira de Turismo de Londres, no mês de novembro, visitaremos vários países da Europa, entre eles França, Itália e Espanha, para garantirmos nosso posicionamento nesses mercados. Também vamos contratar os serviços de uma empresa de representação de maneira que nos represente, porque não temos conseguido estimular de maneira suficiente esses mercados.

Há países do Caribe que nunca trabalharam muito para atraírem visitantes e investimentos de países como França e Espanha. Esperamos que isso comece a mudar com a aliança CHA-CTO a partir do mês de novembro.

A CHA e a CTO irão participar da Fitur na Espanha?

Vamos. Queremos que a nossa presença ali seja superior à da edição passada. Se não houver uma infra-estrutura adequada, a presença ali não se percebe. Ir e voltar é simplesmente perder o tempo. É por isso que queremos ter uma representação permanente nesses mercados.

As empresas espanholas estão investindo muito no Caribe. Qual a posição dos diferentes países e governos da região quanto a isso?

As empresas espanholas estão no Caribe todo. A posição dos diversos governos sobre isso é diferente. Alguns as recebem com os braços abertos e outros não têm o mesmo entusiasmo. Na próxima reunião conjunta da CHA e da CTO queremos dizer aos governos do Caribe que a maneira mais rápida de atrair turismo de um determinado mercado, é atraindo investimentos desse mercado. É muito importante para os turistas verem que alguém de seu país está apoiando um destino determinado.

Qual a posição do escritório principal da CTO na Europa a respeito de representação da organização em países como a Espanha e a França, onde não existem representações atualmente?

Esse e um dos problemas que queremos resolver. Há dois meses estive na Europa e tive encontros com todos os escritórios da CTO ali. Ficou claro que o nosso objetivo é ampliarmos nossa presença nesses mercados.

O senhor não se reuniu com os presidentes das diferentes empresas espanholas?

Ainda não. É um dos nossos objetivos. É um projeto de longo prazo.

Fala-se muito em integração. Há interesse da entrada do México à CTO?

O México não é membro da CTO, mas queremos primeiramente melhorar as coisas para os membros atuais antes de nos expandirmos no número de membros. Há vários pedidos de entrada para a CTO e temos dito isso a todos os países que o solicitaram. Se não atuarmos assim, não estaríamos representando corretamente os membros atuais.

E no caso do Panamá?

A situação é exatamente a mesma. Agradecemos o interesse de todos, mas explicamos-lhes que temos uma tarefa que desenvolver.

O desafio do Caribe é grande em relação ao desenvolvimento impressionante de novos mercados como Dubai ou LasVegas. Quais os planos do Caribe para poder competir com esses destinos?

Efetivamente. A concorrência é muito grande no mundo. Nesse sentido a Internet tem um peso importante. Há alguns anos destinos como a Índia, China ou Rússia recebiam poucos turistas porque simplesmente era muito dispendioso o estabelecimento de um escritório ali. Agora a Internet facilita muito as coisas, de maneira que estamos trabalhando na criação de websites que começarão seu funcionamento em outubro para garantirmos que o Caribe esteja disponibilizado na Internet como nunca antes.

Quantos visitantes esperam receber neste ano no Caribe?

Cerca de 21 milhões por via aérea e de 11 milhões em navios de cruzeiro.

Quais seriam os mercados emissores?

Primeiramente Estados Unidos. Em seguida poderia ser o Reino Unido seguido pela Alemanha, Espanha e França.

E o Brasil?

No Caribe ninguém olha para a América Central o do Sul na procura de investimentos e essas regiões têm muitas oportunidades de negócios. Estamos de olho no mercado de língua espanhola e em seguida no de língua portuguesa. Trata-se de mercados que estão muito perto do Caribe. Essa é uma das coisas que queremos corrigir.

Quais os destinos de maior no demanda no Caribe?

Pelo volume, a República Dominicana em primeiro lugar, depois Cuba e em seguida Porto Rico, as Bahamas e Jamaica.

Considera o Caribe mexicano um concorrente para as ilhas do Caribe?

Lógico. As Bahamas, Porto Rico ou Barbados são concorrentes. Mesmo que exista uma cooperação para o crescimento do Caribe, somos concorrentes. Acho que isso é muito bom.

Qual a opinião do povo norte-americano a respeito do tema dos passaportes como documento de viagem obrigatório para se deslocar ao Caribe?

Esperamos adiar a data da obrigatoriedade da utilização de passaporte para os norte-americanos. Olhando os números, vemos que a quantidade de norte-americanos que tem passaporte não é a que gostaríamos. Nossa proposta é adiar a medida até junho de 2009.

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